Stefane Fiúza Cançado Machado coordena, naquela comarca, o projeto Justiça Humanizada; em pouco mais de um ano, 500 famílias foram beneficiadas pela ação social
"A solidariedade vai além dos processos, além dos gabinetes." É com esse pensamento que a juíza Stefane Fiúza Cançado Machado inicia todos os dias o expediente no Juizado da Infância e da Juventude de Aparecida de Goiânia. Idealizadora do projeto Justiça Humanizada, a magistrada se emociona ao ver nos braços de mães beneficiadas pela iniciativa crianças que seriam levadas à adoção. Já são 500 familías alcançadas pela ação social e milhares de irmãos que têm com o projeto a chance de crescerem juntos.
Projeto Justiça Humanizada beneficia famílias em situação de vulnerabilidade social
A magistrada é um dos inúmeros exemplos de juízes que extrapolam as paredes de seus gabinetes para mudar realidades, agindo como agentes de transformação social. A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) abordará essa e outras iniciativas em reportagens que serão publicadas aqui no portal.
O Justiça Humanizada assiste famílias em situação de vulnerabilidade social, explica Stefane. "Esse projeto atende famílias que passam por pobreza extrema. São filhos que serão entregues à adoção ou que estão envolvidos no mundo das drogas e do crime."
Parceria com a prefeitura local e empresas públicas e privadas garante a doação de alimentos e materiais de construção aos beneficiários do projeto. O intuito, diz Stefane, é de construir, na casa dessas famílias, quartos para crianças que dividem o espaço com quantidade numerosa de irmãos. "Isso ajuda a dar mais dignidade a essas pessoas", comenta.
Mais de 1,7 mil crianças já receberam kit lanche nas brinquedotecas dos fóruns de Aparecida de Goiânia. Foto: Aline Caetano/TJGO
Os números do Justiça Humanizada impressionam. Em um ano e meio, desde 2013, foram entregues 1,1 mil cestas básicas e atendidas mais de 1,7 mil crianças em duas brinquedotecas instaladas no Fórum Central de Aparecida de Goiânia e no fórum do bairro Garavelo, naquele município. Centenas de brinquedos foram distribuídos às crianças em datas comemorativas e 150 jovens encaminhados a cursos profissionalizantes e ao mercado de trabalho.
A estrutura do Justiça Humanizada, do qual participam servidores, equipe multidisciplinar e profissionais de entidades parceiras, é integrada também por uma sala de Psicologia. A unidade funciona na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Nesse espaço, uma psicóloga atende crianças supostamente vítimas de abusos sexuais.
"Colegas juízes e servidores, sempre que tomam conhecimento do Justiça Humanizada, doam brinquedos, roupas e calçados. E aqui, em Aparecida, os profissionais do Judiciário fazem mutirão para ajudar as famílias que precisam", completa Stefane.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO