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Acusado de matar juíza Patrícia Acioli é condenado a 21 anos de prisão


Primeiro dos 11 acusados do assassinato da juíza Patrícia Acioli a ser julgado, o cabo da Polícia Militar Sérgio Costa Junior foi condenado nesta terça-feira a 21 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e para ocultar crimes anteriores) e formação de quadrilha. O PM foi condenado inicialmente a um total de 36 anos, mas acabou beneficiado pela delação premiada, conseguindo reduzir a pena. A magistrada foi executada com 21 tiros na porta de sua residência, em Piratininga, Niterói, no dia 11 de agosto de 2011.


Na sentença o juiz Peterson Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói, considerou o crime de “extrema ousadia” e de “muita gravidade”. Réu confesso, o cabo assumiu ter atirado 15 vezes na direção da juíza. A defesa buscava uma redução maior.


— As declarações dele contribuíram para as descobertas do crime [...] todavia a redução da pena será fixada no valor mínimo — afirmou o juiz, durante a leitura da sentença sobre a delação premiada.


A Justiça ainda não tem data para os julgamentos dos dois principais acusados do crime: o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, que comandava o 7º BPM (São Gonçalo) na época do assassinato e teria sido o mandante do assassinato da juíza; e o tenente Daniel dos Santos Benitez, que chefiava diretamente o grupo de PMs acusados do crime.


Irmã quer mais condenações


A irmã da juíza, Simone Acioli, que assistiu a todo o julgamento, disse ter ficado satisfeita com a sentença e a decisão do júri, mas ainda espera a condenação de todos.


— Estou satisfeita com a sentença do cabo, mas a sensação de Justiça só virá após a condenação de todos os réus — afirmou Simone.


O julgamento começou na manhã desta terça-feira depois do sorteio do corpo de jurados, formado por duas mulheres e cinco homens. Foram ouvidas quatro testemunhas, sendo duas de acusação e duas de defesa. Em seguida, foi realizado o interrogatório do réu. O depoimento mais aguardado e impactante foi da advogada Ana Claudia Abreu Lourenço que, à época dos fatos, era advogada de Sammy Quintanilha, um dos acusados.


Durante seu relato ela complicou ainda mais a situação do tenente-coronel, que ainda será levado a julgamento. Ana Claudia revelou que, quando se designava um novo comandante para o 7º BPM, era de praxe ele se apresentar à juíza do Tribunal do Júri de São Gonçalo, mas Cláudio Oliveira não o fez.


— Ela (a juiza Patrícia Acioli) me contou que isso lhe causava estranheza. Ela achava que Cláudio estava em São Gonçalo para intimidá-la, tirá-la da 4ª Vara Criminal ou para matá-la — afirmou a advogada.


Segundo o cabo contou, no dia do crime, o tenente Benitez, dirigindo a moto, e ele, na garupa, seguiram a magistrada e quando constataram que ela estava indo para casa a ultrapassaram, parando a cerca de 50 metros do portão. Eles desceram e ficaram esperando a juíza perto da entrada de sua casa. Ele disse que disparou cerca de 15 tiros porque não tinha visão do interior do carro devido aos vidros escuros.