Águas Lindas e Novo Gama já têm seus Centros de Pacificação Social”. A afirmação foi feita pela juíza do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Maria da Conceição Silva Santos, depois de reunião realizada nesta segunda-feira (27), na Câmara Municipal de Águas Lindas, quando políticos das duas cidades cederam espaço para que os centros possam ser instalados.
Na próxima sexta-feira (31), uma nova reunião será realizada para acertar detalhes e verificar a possibilidade de alojar o Centro na Secretaria de Ação Social, onde também será o encontro, marcado para às 14 horas. No Novo Gama, ficou acertado que, inicialmente, funcionará em salas sobressalentes do Fórum da cidade.
Os juízes Carlos Magno Rocha da Silva, 2º juiz corregedor, Wilton Müller Salomão, auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Murilo Vieira Faria, diretor do Foro de Uruaçu, participaram da reunião, assim como o procurador do município de Águas Lindas, Jair Machado Júnior, o prefeito de Novo Gama, João de Assis Pacífico, e políticos da região.
Maria da Conceição explicou aos representantes dos municípios que o projeto possui caráter itinerante e não tem natureza experimental, já que é sucesso em Uruaçu, onde as ações já são desenvolvidas há dez anos. Além disso, outras ações sociais, como atendimento à saúde e à criança, podem ser desenvolvidas paralelamente no mesmo local. Na opinião da juíza, o viés social dá mais resultado que as ações ofensivas. “Queremos que a sociedade sinta que o Judiciário está empreendendo todos os esforços necessários para oferecer à população a prestação jurisdicional mais eficiente, célere e humana que todos merecem”, afirmou.
A ideia, no Entorno, é adaptar às demandas da região, ações que já são realizadas em Uruaçu. De acordo com o juiz da comarca, Murilo Faria, os índices de criminalidade caíram vertiginosamente no município com iniciativas simples, como a realização de palestras nas escolas feitas por policiais e a implantação de informantes para evitar o tráfico de drogas. “A população começou a ver que a Justiça existe e está próxima”, afirmou o juiz que, mesmo estando de férias, fez questão de comparecer ao encontro.
Prevenção
A prevenção, segundo acredita, é a palavra de ordem no mundo atual. “O centro servirá para incentivar a cidadania ativa, garantir o bem-estar coletivo, a defesa do meio ambiente e a prevenção à criminalidade. Também é uma forma de evitar que os litígios cheguem à justiça, pois nosso índice de acordos chega a 80% hoje. Essa á a prova de que a justiça existe e de que a população está mais próxima dela”, destacou.
Durante o encontro, Carlos Magno destacou que é preciso prestar atenção às novas mudanças proporcionadas pelo mundo atual, cuja finalidade é reduzir conflitos e promover a paz social. “Estamos vivenciando um novo milênio, onde o meio político e partidário tem passado por intensas transformações no sentido de construirmos um mundo melhor e mais justo. Por essa razão, esse projeto faz toda a diferença, uma vez que esse processo é acelerado em todos os aspectos de forma positiva”, pontuou, ressaltando a importância do apoio institucional e da doação de uma área para construção do prédio que abrigará o Centro de Pacificação Social.
Projeto Integrar
Carlos Magno, acompanhado de sua equipe, também se reuniu com a juíza Maria da Conceição para discutir a integração dos projetos Integrar, desenvolvido pelo CNJ nos Estados do Maranhão e Piauí, e do projeto piloto da Corregedoria-Geral da Justiça, em andamento em Senador Canedo, para implantação na região do Entorno. Eles se reunirão mais uma vez também na sexta-feira (31) para discutir como será realizado o trabalho, que pretende promover um choque de gestão no Judiciário dos Estados, para auxiliar na adoção de práticas que melhorem e modernizem a prestação jurisdicional.