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Artigo publicado no jornal Diário da Manhã destaca biografia do desembargador Djalma Gouveia

Desembargador Djalma Tavares de Gouveia Desembargador Djalma Tavares de Gouveia

Texto é assinado pelo advogado Barbosa Nunes, maçom do Grande Oriente do Brasil


A trajetória do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) Djalma Tavares de Gouveia é tema de artigo publicado na edição deste sábado (1º), do jornal Diário da Manhã, no caderno Opinião Pública. O texto é assinado pelo advogado e radialista Barbosa Nunes, maçom do Grande Oriente do Brasil. Leia a íntegra do artigo.


Nordestino, jornalista, maçom e desembargador – Djalma Tavares de Gouveia


Barbosa Nunes*, especial para Opinião Pública


Em uma tarde de agradável conversa, conheci e percorri detalhes de uma longa e histórica vida de um nordestino perseverante. Lutador e homem de fé, como são aqueles que nascem em terras secas, curtidos por sol intenso, mas possuidores de coragem e garra cristã. Saindo pelo mundo, lutam e vencem as agruras e dificuldades.




Coletei informações capazes de me suprirem para um segundo livro. O primeiro, autoria de Amanda Ayres Calil e Nayara Pereira de Sousa, Dr. Djalma Tavares de Gouveia – Um Senhor Brasileiro, Editora Kelps, por ele me foi presenteado. Narrativa da vida de um ser humano, que segundo Nazareth Gouveia, irmã e poetisa, é um “Djalma, aquele que, calado, entende os que não pedem, mas precisam. Aquele que não deixa passar a vida sem agradecimentos”.


Nasceu em 13 de julho de 1927, tendo completado 88 anos. É de São João da Laje, Alagoas. Filho de João Tavares de Gouveia e Amélia de Matos Gouveia. No último dia 24 de julho completou 63 anos de união matrimonial com Hivamny Assis Gomes de Gouveia, menina que lhe chamava atenção na varanda do colégio e que após cinco meses em Goiás, em início nas terras de Anhanguera, retornou a Niterói para consumação de vida a dois, tendo três filhas, Janine, Janise e Janice, três genros, seis netos e uma bisneta. Seu genro Luis Carlos de Castro Coelho e filha Janine Gomes de Gouveia Coelho, são respectivamente, Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado de Goiás e Presidente da Fraternidade Feminina Estadual Cruzeiro do Sul. De Luis Carlos, irmão de ordem, afirma que a família maçônica está muito bem amparada pelo seu humanismo e compreensão espiritual.


Em seu extenso currículo, profissional, maçônico, homem de letras e de comunidade espírita, pontuei.  profissional em Maceió, juiz municipal em Petrolina de Goiás, vereador e presidente da Câmara Municipal em Carmo do Rio Verde, juiz de direito nas comarcas de Uruana, Ceres, Pedro Afonso, Ipameri, Juiz de Menores de Goiânia entre 1967 a 1974, coroando sua carreira como desembargador do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Em 1951, graduou-se na Faculdade de Direito de Niterói e após sua aposentadoria, cursou Administração de Empresas na Universidade Católica de Goiás, concluído em 1974.


Com força, vigor, competência, continuou sendo chamado para conduzir com sua experiência, diversas missões na administração pública goiana, como secretário de estado, diretor de empresas, assessorias especiais e representações as mais diversas.


Do prefácio do livro de Amanda e Nayara, transcrevo um parágrafo do seu neto, Marcos Felipe Gouveia de Paula: “Menção ainda um tanto forte para se reverenciar um garoto tão tranquilo, calado, porem, esperto e astuto, que desde cedo construía dentro de si a vontade de ler e estudar, hábitos observados em seu pai, João Tavares de Gouveia. Cresceu em diversos lugares, diante da constante mobilidade exigida pelo cargo de magistrado do pai, enraizando, todavia, a importância do lar como porto seguro de todo ser humano. Permitiu-se gostar de poesia, matemática e história, mas foi no Direito que descobriu a sua importância como agente transformador da realidade, trazendo a Justiça em sua vida e mais vida à Justiça.”


Com o carinho de bom filho, esposo, pai, avô e bisavô, mostrou-me vários e inúmeros escritos, poesias, artigos, objetos preciosos, como o relógio inglês que o pai adquiriu em 1920, e que marca com precisão do tempo, com o badalar hora por hora, marcando a presença de seu progenitor em sua sala. Ao lado do relógio, quadros pintados por sua companheira Hivamny Assis Gomes de Gouveia.


Com boa memória, narrou-me vários fatos, inclusive, no início de sua adolescência, em Maceió, com 11 anos de idade, viu o coronel João Bezerra exibir as cabeças de Lampião e Maria Bonita, atraindo uma multidão.


Tem como pessoa importante na sua definição para a prática da Doutrina, o maçom Gabriel Elias, que em sua casa espírita, transmitiu-lhe um momento que definiu o início da caminhada e de sua família no espiritismo.


Lembra, com muita honra da Medalha Mello Matos, recebida na comemoração do centenário do nascimento do doutor José Cândido de Albuquerque Mello Matos, primeiro juiz de menores do  e Apóstolo da Infância. Marca na sua memória ser um dos fundadores do Canil do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.


Na maçonaria onde iniciou em 1955, membro atualmente, da Loja “Liberdade e União”, de Goiânia, é detentor do título de Sapientíssimo, pela concessão da Comenda D Pedro I, direito dos maçons que superam 50 anos de atividades ininterruptas. No Grande Oriente do Estado de Goiás foi presidente da Assembleia Estadual e deputado por quatro legislaturas, membro de vários tribunais, tendo recebido os títulos de Maçom Notável e Distinção Maçônica.


Entre todas as atividades de sua longa vida, uma delas lhe traz grande emoção e saudade, quando ligava o rádio com seu indicativo “GHN – Guatemala, Holanda, Noruega – Djalma”. Com esta identificação rodou o mundo, fez inúmeros amigos. Atuou em casos de emergência, pela Ásia, Angola, Haiti e outros pontos do globo terrestre. Fundou e pertence em Goiás a Liga de Amadores Brasileiros de Rádioemissão – Labre, da qual foi presidente durante vários anos.


Lembra que em 2001, quando dos ataques às torres gêmeas, nos Estados Unidos, as comunicações de todos os modos foram interrompidas. De imediato não só a notícia, mas as providências das autoridades, foram tomadas em função do radioamadorismo, pois sua prática é para o bem, finalidade de estabelecer contato e auxiliar na defesa civil, nas situações de risco e calamidades, levando as comunicações aos mais longínquos rincões, por exemplo, em locais de deserto ou de mata fechada.


Homenageio Djalma Tavares de Gouveia, muito pouco falando de sua vida. É preciso um segundo livro, mas o homenageio assim:


“GHN – Guatemala, Holanda, Noruega – Djalma.”


*Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


Fonte: Jornal Diário da Manhã