Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

Notícias

ASMEGO defende criação de mais juizados de violência doméstica

Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ontem (25) coloca Goiás na sexta posição em incidência de assassinatos contra mulheres no País. A taxa de feminicídio por 100 mil habitantes é de 7,57, maior que a média nacional, de 5,82 assassinatos por 100 mil. Os dados referem-se aos homicídios praticados contra mulheres entre 2009 e 2011. A alta demanda de processos envolvendo violência contra a mulher levou a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) a tomar providências junto ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).


Um dos elementos envolvendo esta violência, apontada pelo estudo do Ipea, é o pouco impacto da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) neste cenário, sobretudo pela falta de estrutura para atenuar esta problemática. Durante as audiências realizadas visando à reforma do Código de Organização Judiciária do Estado de Goiás, a ASMEGO contribui com várias propostas. Entre elas, a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra mulher em diversas comarcas do Estado.


Em Goiás, são apenas três promotorias especializadas em violência doméstica, duas em Goiânia e uma em Luziânia. Os únicos dois juizados voltados para atendimento destes casos ficam na capital. De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira (26) em O Popular, existem atualmente oito delegacias especializadas no atendimento à mulher. A instalação de outras 19 depende da conclusão de concurso público por parte da Polícia Civil de Goiás.


O levantamento do Ipea mostra que a violência doméstica atinge principalmente mulheres na faixa entre 20 e 29 annos; negras; e com até oito anos de estudo. A maioria delas é morta com arma de fogo e objeto perfurante, cortante ou contundente. A residência da vítima é um dos principais locais onde se pratica este tipo de crime.