Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Asmego terá primeira mulher presidente: conheça as candidatas



Com 51 anos de existência, a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) terá pela primeira vez uma magistrada como presidente. Concorrem na eleição para o biênio 2020/2021 as juízas Fláviah Lançoni Costa Pinheiro e Patrícia Machado Carrijo. As duas são de comarcas do interior do estado e já ocuparam cargos na associação em administrações anteriores. A eleição será realizada no dia 8 de dezembro. 

Confira as entrevistas com com as duas candidatas.

Chapa 1  Inovação — Transparência e Evolução, composta por Fláviah Lançoni Costa Pinheiro, presidente; Marcus da Costa Ferreira, 1º vice-presidente; e Murilo Amado Cardoso Maciel, 2º vice-presidente.

Fláviah Lançoni Costa Pinheiro
Juíza de Direito da Comarca de Goianira.
Natural de Goiânia-GO.

Formação
Formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

Carreira
Ocupou o cargo de juíza substituta nas Comarcas de Goiânia e Morrinhos; e juíza de Direito de entrância inicial nas Comarcas de Joviânia, Vianópolis e Goianira, onde atualmente é titular, além de auxiliar a 31ª Vara da Capital.
Coordenou o Grupo de Sentenças da Corregedoria-Geral de Justiça, coordenou a implantação do Programa Atualizar nas 7ª e 11ª regiões. Foi membro da 2ª e 4ª Regiões Judiciárias das Turmas Julgadoras.
Participou dos projetos Justiça Ativa, Mutirão Carcerário, Mutirão do Júri e Justiça pela Paz em Casa.

Tempo de atuação na magistratura
18 anos

Já teve algum cargo/função na Asmego?
Em 2012 assumi o cargo de diretora Social da Asmego na gestão do então presidente Gilmar Coelho, inovando na condução dos eventos realizados pela instituição. Realizei juntamente com a Diretoria Cultural o Concerto Magistral Três Tenores, mobilizando a população para o lado caritativo da Asmego, com arrecadação de gêneros alimentícios, que foram doados à instituições filantrópicas. Fiz parte da Comissão de Valorização da Magistratura, realizando visitas que resultaram na aprovação da Lei 17.962/2013, que concedeu aos magistrados goianos auxílio livro, auxilio moradia, gratificações pelo exercício de mandato ou função administrativa, bem como pelo exercício cumulativo de atividade jurisdicional. Ainda em 2012 fui membro da Comissão Organizadora do XI Congresso Goiano da Magistratura, promovido pela Asmego. 

Por que disputar a presidência da Asmego?
Porque acreditamos que a Asmego precisa de uma administração mais inclusiva e inovadora. Alguns setores necessitam de enorme mudança, como a comunicação interna e a transparência.
Ao mesmo tempo que imóveis deficitários superam o prejuízo de R$ 80 mil por ano, jovens magistrados não conseguem se hospedar em uma casa do magistrado decente. O associado permanece distante, pois falta acolhimento. Precisamos de uma associação que ative o espírito de classe entre os associados e defenda interesses relevantes, tomando as medidas judiciais e extrajudiciais relevantes. E estamos nessa disputa porque, juntamente com valorosos colegas, sabemos que é possível implementar uma administração vanguardista e eficiente, com renovação e novas conquistas. 

A Asmego terá, pela primeira vez, uma presidente mulher. Como enxerga esse momento?
Há um reconhecimento desse direito de conquista das mulheres. E para mim é muito gratificante constatar essa possibilidade de representar os nobres colegas. Não resta dúvidas de que o amor à toga, a necessidade de fortalecer nossa instituição e valorizar o magistrado nos contagia à frente deste desafio. Antes, não pensava no significado de uma mulher à frente. Sempre me pareceu indiferente ser homem ou mulher. Hoje, consigo pesar mais o fato. As mulheres enfrentam verdadeiras barreiras para conquistar cargos de destaque. Em muitas situações as reivindicações femininas são interpretadas como destempero. O mesmo comportamento em um homem o torna combativo. Portanto, o fato de duas mulheres estarem na disputa já é um grande marco que comprova nosso destaque no associativismo. E merecemos. 

Deixe uma mensagem para os magistrados de Goiás que votarão na eleição do dia 8 de dezembro.
O associado pode ter a certeza do nosso engajamento para defender a dignidade e a valorização do magistrado, resgatando a autoestima e fortalecendo sua importância social. Vamos lutar pela simetria e apresentar à alta administração medidas concretas de democratização interna, como a participação de juízes em cargos diretivos e a participação ativa na elaboração do orçamento do Tribunal. Faremos uma administração democrática, transparente e inclusiva. Do juiz mais jovem ao aposentado, do substituto à pensionista, haverá sempre atenção e dedicação. Venham fazer parte da mudança. 

 

Chapa 2  Asmego Combativa — União, Coragem e Valorização, composta por Patrícia Machado Carrijo, presidente; Átila Naves Amaral, 1º vice-presidente; Homero Sabino de Freitas, 2º vice-presidente.

Patrícia Machado Carrijo
Juíza de Direito titular da 2ª Vara Cível, Criminal, das Fazendas Públicas e Registros Públicos da Comarca de Morrinhos-GO.
Natural de Goiânia-GO.

Formação
Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO); pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito Público.

Carreira
Juíza de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, com atuação na 4ª Vara de Fazenda Pública da Comarca de Curitiba-PR;
Juíza de Direito no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, com atuação nas Comarca de Itaberaí, Piracanjuba e Comarca de Cidade Ocidental, na Vara de Família e Infância.

Tempo de atuação na magistratura
8 anos e 11 meses.

Já teve algum cargo/função na Asmego?
Já integrei a Comissão de Prerrogativas, em 2010.

Por que disputar a presidência da Asmego?
A magistratura passa por um momento de desvalorização e não se pode permitir que uma carreira tão importante seja diminuída. No entanto, é possível lutar por mais direitos, mais reconhecimento e melhores condições de trabalho. Por exemplo, durante a aprovação da lei da simetria, enquanto muitos acreditavam que não seria possível, percebi que com determinação e boa articulação a lei seria aprovada e assim o foi. É por acreditar na nossa capacidade de lutar por mais e conquistar que aceitei disputar a presidência da Asmego.

A Asmego terá, pela primeira vez, uma presidente mulher. Como enxerga esse momento?
Pela primeira vez na história da Asmego temos duas mulheres disputando a presidência da associação dos magistrados goianos. Isso por si só já deve ser comemorado. Em âmbito nacional, também recentemente foi eleita a primeira presidente mulher da AMB. Cresce a nossa representatividade na carreira — somos 37,1% de todos os juízes estaduais do Brasil —, mas  tradicionalmente ocupamos poucos cargos de destaque na administração dos tribunais e nos quadros das associações. Esse cenário, entretanto, vem mudando e este momento, em especial, é único. Ter duas mulheres disputando a presidência da Asmego não significa apenas o reconhecimento da igualdade de competência entre os gêneros. Muito mais do que isso, representa a união da carreira em torno de ideais comuns. Nenhum grande projeto é construído sem o esforço de homens e mulheres. Reconhecer que a mulher faz parte dessa construção é uma vitória. Somos metade da população e ter a presidência da Asmego ocupada por uma mulher reflete o comprometimento dos juízes e juízas goianos com o princípios da igualdade e da busca pela valorização simétrica da mulher na magistratura.

Deixe uma mensagem para os magistrados de Goiás que votarão na eleição do dia 8 de dezembro.
Caros colegas, o atual momento exige uma postura aguerrida, com atuação combativa e incansável em defesa de nossas prerrogativas, com ampliação do diálogo interinstitucional e a busca por melhores e igualitárias de trabalho, bem como a implementação imediata da simetria com o Ministério Público e Defensoria, tal qual previsto na Lei Estadual nº 20.382/2018. A Asmego necessita ampliar a busca incessante pela melhor qualidade de vida e de saúde dos magistrados goianos, e é o que proponho: atuar de forma combativa pela valorização e reconhecimento para o magistrado goiano.