Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Audiência debaterá mudanças na Lei de Execução Penal

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias promove nesta tarde audiência pública para debater sugestões de mudanças na Lei de Execução Penal (7.210/84), em especial nas regras de progressão de pena, soltura e acompanhamento dos presos após soltura.


O deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) sugeriu o debate. Segundo o parlamentar, são necessárias alterações na Lei de Execução Penal para evitar casos como o do pedreiro Adimar Jesus da Silva, que confessou ter assassinado seis adolescentes em Luziânia (GO) enquanto cumpria pena em regime semi-aberto.


Silva foi condenado em 2005 a dez anos de prisão por abuso sexual de duas crianças. Em dezembro do ano passado, no entanto, ele foi autorizado pelo Conselho Penitenciário a cumprir pena no regime semi-aberto, por motivo de bom comportamento. Essa autorização não levou em conta um parecer contrário à soltura, emitido por uma junta médica psiquiátrica.


O deputado Geraldo Thadeu afirma que, segundo especialistas na área penal, o critério de bom comportamento é ilusório, pois não revela o verdadeiro grau de sociabilidade do detento.


Silva foi encontrado morto no mês passado, após ser novamente preso.


Justiça criminal


Em março deste ano, o então presidente do STF, Gilmar Mendes, entregou ao presidente da Câmara, Michel Temer, um conjunto de medidas sugeridas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para aumentar a eficiência da justiça criminal. Entre as propostas estão o uso da tornozeleira eletrônica para monitorar presos em regime aberto.


Foram convidados para a audiência:

- o juiz Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, assessor da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ);

- o psiquiatra forense Marcelo Migon, representante da Associação Brasileira de Psiquiatria;

- o advogado Dálio Zippin, integrante da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);

- a psicóloga Cynthia Ciarallo, representante do Conselho Federal de Psicologia;

- a ouvidora do Sistema Penitenciário Nacional, Kellyane Moreno;

- Luiz Fabrício, representante do Departamento Penitenciário Nacional.