Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Câmara homenageia a juíza Maria Luiza Póvoa Cruz, a primeira mulher a receber a Comenda Pedro Ludovico Teixeira

Em sessão solene realizada na noite de ontem (17), no plenário da Câmara Municipal de Goiânia, a juíza Maria Luiza Póvoa Cruz, titular da 2a. Vara de Família da comarca de Goiânia e Diretora Cultural da ASMEGO, foi homenageada com a Comenda Pedro Ludovico Teixeira. A autoria da propositura da honraria à magistrada partiu do vereador Paulo Borges, aprovada por unanimidade de votos pelos 35 vereadores daquela Casa.


Um público de aproximadamente 200 pessoas prestigiou o evento, que contou com a presença de juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás, além de autoridades dos poderes Executivo e Legislativo do Estado.


Fizeram parte da mesa diretora que conduziu os trabalhos da sessão o presidente do TJ-GO, desembargador Paulo Teles; a desembargadora Elza Cândido da Silveira, representando o presidente do TRT da 18a. Região; Otto Nascimento Júnior, secretário de Planejamento do Estado, representando o governador Alcides Rodrigues Filho; Lúcia Vânia, senadora da República, Eduardo Abdon Moura, procurador-geral de Justiça do Estado; e João de Paiva Ribeiro, chefe de gabinete do Executivo Municipal, representando o prefeito Paulo Garcia.


Também registraram presença os vereadores Agenor Mariano, Anselmo Pereira, Célia Valadão, Gilvane Antonio, Henrique Arantes, Paulinho Graus, Pedro Azulão, Santana Gomes e Túlio Maravilha, ao lado também do deputado estadual Samuel Belchior, que representou a Assembléia Legislativa.


Em 76 anos de existência da Câmara Municipal de Goiânia, a juíza Maria Luíza Póvoa Cruz é a primeira uma mulher a figurar no rol dos que já foram homenageados com a mais alta honraria concedida pelo Legislativo Municipal. 'Sem dúvida nenhuma, esta solenidade, que teve total apoio desta Casa, é um presente que nós damos à história de Goiânia, porque quem não tem história é um povo triste. Então, quem ganha também é o povo goianiense', ressaltou o Presidente da Câmara, vereador Francisco Júnior.


Para o vereador Paulo Borges, a homenagem se fez justa e merecida. 'Honra nossa Capital e sua gente uma juíza como Maria Luiza Póvoa, que está a frente do seu tempo e que viu no horizonte da Justiça a oportunidade para promover a reconciliação, o perdão, o amor e a paz. É o nosso reconhecimento não somente à juíza signatária de sentenças judiciais inovadoras. Mais do que isso, é uma homenagem à coragem e ao espírito de solidariedade e cidadania de quem diariamente se dedica a enfrentar questões polêmicas e de alta complexidade relacionadas à socioafetividade das relações humanas, e do processo de construção social', enfatizou o vereador.


Em seu pronunciamento, a juíza Maria Luiza Póvoa Cruz discorreu sobre a carreira e os anos de estudo. Defendeu a liberdade e o Direito como quem defende a vida, um de seus preceitos mais valorosos em seus mais de 30 anos de jurisdição. ‘No exercício da atividade jurisdicional sempre me pautei pela dedicação e compromisso com o jurisdicionado, pois vivemos em uma época em que a instantaneidade da comunicação já não permite a existência de um Judiciário alheio, envolto em uma redoma ou edificado em uma torre de marfim’, salutou convicta.


Confessou que sempre foi atraída pela magistratura devido à possibilidade de efetivar a tão afamada Justiça, acreditando no princípio de que “o direito é o conjunto de condições que permitem à liberdade de cada um acomodar-se à liberdade de todos”, citando Kant, filósofo político que defendeu de forma veemente a dignidade da pessoa humana.


Demonstrando grande apreço por seus professores, a magistrada mencionou quem a sempre acompanhou em vários momentos de sua vida, o professor e desembargador aposentado Messias da Costa. ‘'O senhor jamais será esquecido e tem um marco muito importante em minha carreira’, disse Maria Luiza, recordando que o Desembargador era o então presidente do Tribunal de Justiça de Goiás à época em que tomou posse como juíza de Direito, depois de ser aprovada no concurso da magistratura.


Para a magistrada, o evento que lhe conferiu prestigiosa homenagem não ficará guardado apenas em registros fotográfico. ‘Terei este instante no profundo do meu âmago e do meu coração’. Concluiu dizendo que esta honraria estará sempre a lembrá-la de que a unidade de propósitos, o amor às causas públicas e à coletividade devem continuar sendo o seu norte. ‘É, portanto, com essa consciência que ostentarei e honrarei a Comenda Pedro Ludovico Teixeira’, finalizou Maria Luíza.