Representantes das associações de magistrados discutiram nesta semana com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o censo que vai traçar um panorama sobre a realidade da categoria por meio da análise de dados estatísticos. Durante a reunião realizada na sede do CNJ, em Brasília, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) mostraram preocupação com o acesso das informações prestadas pelos magistrados, que serão confidenciais, conforme garantiu o conselheiro Paulo Teixeira, que integra a Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de Pessoas do Conselho.
“O que o CNJ vai divulgar são os resultados do censo. Os dados individualizados e as informações prestadas por cada magistrado serão confidenciais”, afirmou Teixeira, relator do Pedido de Providências que deu origem ao censo. Segundo o conselheiro, as conclusões da pesquisa oferecerão "uma oportunidade de se conhecer objetivamente o universo da magistratura brasileira, o que até hoje não foi feito".
As associações se manifestaram favoráveis à realização do censo e à minuta do formulário com as perguntas a serem feitas aos magistrados, após avaliação inicial. À exceção da Anamatra, que já encaminhou suas propostas, as demais entidades terão até a próxima segunda-feira (30/9) para enviar sugestões de questões a serem incluídas no formulário.
Um dos pontos que ainda precisam ser definidos é a duração da pesquisa. O prazo que os mais de 280 mil servidores do Poder Judiciário têm para responder o censo da categoria, atualmente em curso, é de 45 dias. A diretora executiva do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ), Janaina Penalva, observou que o número de adesões tende a cair após a primeira semana de realização da pesquisa. Por isso, uma das possibilidades é reduzir o prazo para resposta dos magistrados.
“Reduzir em alguns dias o prazo que os magistrados terão para responder é uma ideia a ser discutida”, disse. Para o juiz auxiliar da Presidência Clênio Schulze, o ideal seria estender o levantamento até o final de outubro. “Sabemos que dezembro é um mês em que muitos colegas saem de férias”, afirmou.