Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Com Programa Eleitor do Futuro, juíza goiana conscientiza crianças e adolescentes de Turvânia

Juíza Luciana Nascimento ao lado dos alunos participantes do Programa Eleitor do Futuro Juíza Luciana Nascimento ao lado dos alunos participantes do Programa Eleitor do Futuro

Projeto implantado no início do ano incentiva a participação no processo eleitoral, tira dúvidas e realiza simulações de eleições em escolas públicas


Para fortalecer a cidadania de crianças e adolescentes e garantir que, no futuro, eles participem, efetivamente e conscientemente, da escolha de seus representantes, a juíza Luciana Nascimento Silva, da comarca de Turvânia, a 102 quilômetros de Goiânia, investe no Programa Eleitor do Futuro, ação que se estende também ao município vizinho, Palminópolis. O projeto ainda visa a incentivar jovens de 16 a 18 anos a participar do processo eleitoral, o que ela considera ser de fundamental importância.


“Ainda que o alistamento nesta faixa etária seja facultativo, a Constituição Federal de 1988 lhes assegura tal direito, que, sendo exercido de maneira consciente e cidadã, pode fazer toda diferença no contexto político da comunidade da qual fazem parte”, defende a magistrada.


Entre os objetivos do Programa está também alertar os jovens sobre vícios que descaracterizam e contaminam a essência do direito ao voto, os prejuízos causados pela corrupção (boca de urna, compra e venda de voto e demais práticas que maculam o processo eleitoral). “Buscamos conscientizar os participantes sobre a necessidade de serem cidadãos éticos”, esclarece.


O início


Juíza eleitoral da cidade, que possui, aproximadamente, 10 mil eleitores, a magistrada buscou conhecer melhor as formas de inclusão social e política da população no processo eleitoral. “Foi então que conheci o Programa Eleitor do Futuro. Me interessei pela proposta e decidi implantá-lo, com o auxílio da minha equipe de servidores da Justiça Eleitoral e assessoria direta de gabinete”, lembra a juíza.


À frente da ideia, a magistrada conta que, ao visitar as escolas, percebeu que o cenário atual destoa das lutas travadas pelas minorias, ao longo do tempo, na defesa de seus direitos relativos ao exercício da cidadania. “O direito de votar, conquistado com tanto sofrimento pelas mulheres, se encontra menosprezado, muitas vezes visto como fardo”, revela. “Atribuo tal desinteresse, dentre outras coisas, ao descrédito dos políticos, em razão dos inúmeros escândalos noticiados pela mídia”, completa.


Simulação


Para combater o desinteresse dos mais jovens, de acordo com a magistrada, uma das opções escolhidas foi promover eleições simuladas nas escolas, com uso de urnas eletrônicas cedidas pela Justiça Eleitoral. No exercício, alunos escolhem a política pública que mais atende aos anseios de sua comunidade e votam em partidos que eles mesmos criaram. A “disputa” é entre o Partido da Educação, da Profissionalização e da Cultura, Partido da Vida e da Saúde, Partido da Liberdade, do Respeito e da Dignidade, Partido da Segurança Pública e do Combate à Violência e Partido do Esporte e do Lazer.


“Os candidatos e mesários são escolhidos dentre os alunos da escola e o resultado das votações pode ser enviado ao Poder Público, acompanhado de um relatório de reivindicações, para que tenha conhecimento acerca dos interesses de nossos jovens cidadãos”, conta a juíza.


Segundo a magistrada, agora também é possível provocar o debate sadio sobre as eleições e o exercício do mandato dos candidatos eleitos, capacitar e mobilizar a juventude para que essa busque uma cidadania emancipadora e, ainda, encorajar o jovem a, desde cedo, se envolver nas diferentes esferas de organização social. “Como, por exemplo, a participação nos organismos escolares de representação estudantil.”


Outros três pontos ainda são destacados pela juíza. “A divulgação de cartilhas elaboradas pelo Tribunal Superior Eleitoral, a promoção de concurso de redação, com o tema ‘Por que votar?’ e a visita às salas de aula para ministrar palestras e promover debate sobre temas ligados aos direitos fundamentais, cidadania, democracia e ética na política.”


Papel do juiz


Para a juíza, as condutas de membros do Poder Judiciário podem, sim, influenciar a população a ter boas práticas. Ela acredita que, diante disso, o magistrado que possui o poder tem, também, o dever de ser exemplo. “Embora o tempo seja escasso – devido o acúmulo de trabalho - há excelentes oportunidades em que pode lançar um olhar mais próximo da realidade dos cidadãos”, finaliza a juíza Luciana Nascimento Silva.


Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO. Texto e foto: jornalista Victor Hugo de Araújo