O combate à corrupção no Brasil só apresentou evolução na esfera federal, mas está estagnado nas áreas estadual e municipal. A avaliação é do diretor-executivo da organização não-governamental (ONG) Transparência Brasil, Cláudio Abramo, que participou de evento em São Paulo para celebrar o Dia Internacional contra a Corrupção, promovido pela unidade regional da Controladoria-Geral da União (CGU).
"Vemos avanços no plano federal. Certamente a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal têm tido avanços e particularmente a CGU, no seu plano de prevenção à corrupção. O Judiciário federal tem sido mais ativo no combate à corrupção. O Legislativo é essa desgraça que a gente conhece, não acontece nada ali. Mas quando a gente passa da esfera federal para os estados, é um abismo enorme", disse.
Segundo Cláudio Abramo, o combate à corrupção nos estados brasileiros "praticamente não existe" e se torna pior, ou "um terror", nos municípios, "quando não acontece nada mesmo".
"Não tem como se resolver isso como se fosse a um médico. Isso é algo que depende de muita pressão, depende de interesses que são disseminados na sociedade de fazerem pressão sobre o poder. Depende de associações empresariais perceberem que perdem negócio com isso [com a corrupção]", afirmou.
Para Nivaldo Germano, chefe da Controladoria Regional da União no Estado de São Paulo, a melhor forma de se combater a corrupção é com a conscientização do povo através da educação. "Só se consegue (combater a corrupção), a médio e longo prazo, com a educação da sociedade", disse.
O Dia Internacional contra a Corrupção é sempre celebrado no dia 9 de dezembro, data da assinatura da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. A Convenção foi assinada em 2003, por 110 países, na cidade mexicana de Mérida.