O Movimento Nacional pela Conciliação em Goiás inicia nesta sexta-feira (7) o primeiro módulo do curso de formação de multiplicadores em mediação e técnicas autocompositivas, na Escola Superior de Magistratura em Goiás (Esmeg). O curso ministrado pelo mestre em Direito Econômico e Social, Roberto Portugal Bacelar, é direcionado a todos juizes, promotores e psicólogos do Estado.
De acordo com o juiz do 9° Juizado Especial Cível e coordenador do Movimento pela Conciliação em Goiás, Fernando Ribeiro Montefusco, o curso funciona como uma célula, difundindo a idéia da conciliação. “O objetivo é capacitar cada vez mais pessoas para realizarem cursos sobre o tema”, disse.
A presidente do Movimento, juíza Doraci Lamar Rosa Andrade, acredita que a solução dos conflitos por meio da conciliação gera uma pacificação social plena e grande satisfação para o judiciário. “O feedback dos participantes é maravilhoso, eles parecem estar dispostos a de fato multiplicar os conceitos adquiridos”, afirmou Doraci sobre o andamento das aulas.
O psicólogo e professor de Psicologia Jurídica do curso de Direito e Pedagogia da PUC- Goiás, Onofre Guilherme dos Santos Filho, acredita que a relação interprofissional entre juizes, promotores e psicólogos no campo da conciliação é muito importante, pois a maior parte das crises que chegam ao judiciário podem ser solucionadas com a ajuda da psicologia. “Juntos podemos contribuir para que as partes encontrem uma solução melhor”, completou.
Para a juíza de Corumbaíba, Vaneska da Silva Baruki, a evolução da sociedade e o desenvolvimento tecnológico elevam a demanda de processos, no entanto o número de juizes não acompanha essa proporção. Desta forma, é preciso utilizar métodos alternativos que contribuam para a solução dos conflitos, como por exemplo a conciliação. “Com essa formação aprendemos a divulgar a idéia e as técnicas de conciliação como objeto de transformação da sociedade”, afirma a magistrada. Ela ainda explica que os resultados dessa ação são mais visíveis nas cidades do interior.
Em sua palestra, Bacelar fala que a solução pacífica deve ser aquela onde ambas as partes ganham. A solução para um conflito não é somente jurídica, ela abrange vários aspectos, por isso devemos adotar a visão transdisciplinar, ou seja, relacionar as diversas áreas do conhecimento na busca da pacificação. “Acredito que a participação de todos esses profissionais irá trazer bons frutos para a sociedade”, disse.
Texto: Mikaelle Braga