Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Diário da Manhã destaca artigo sobre magistrados goianos


No artigo Magistrados instigados pela chama do amor à literatura, publicado pelo jornal Diário da Manhã na edição de sábado passado (10), o advogado Barbosa Nunes destaca o livro Iluminuras do Signo, organizado pelo diretor cultural da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), desembargador Itaney Francisco Campos. Além disso, ressalta “momento de honra” com o juiz Gilmar Luiz Coelho, presidente da entidade, durante lançamento da obra.


Confira a íntegra do artigo publicado pelo Diário da Manhã:


Magistrados instigados pela chama do amor à literatura


Esta frase consta da apresentação feita pelo desembargador Itaney Campos, diretor cultural da Associação dos Magistrados de Goiás e organizador da publicação “Iluminuras do Signo”, lançada no dia 19 de julho último na sede da Asmego, momento presidido pelo juiz Gilmar Luiz Coelho, que tive a honra de estar presente. A obra poética contem trabalhos inscritos ao Concurso Literário “Félix de Bulhões”, julgados e selecionados pela comissão formada por Moema de Castro e Silva, Nars Chaul e Aidenor Aires.


O apresentador em sua análise registra que: “A par de textos com mensagens subliminares de sensualidade irrompem outros de inconformismo com a forma de organização social e até de motivação filosófica, erigindo-se como testemunho de que no seio da magistratura deste Estado, o racionalismo dogmático é temperado por laivos de sensibilidade e visão humanística. Na medida que eles são responsáveis pela importante tarefa de compor os conflitos de interesses emergentes das relações intersubjetivas, no mínimo, constitui um contributo para facilitar a compreensão, do perfil psicológico do magistrado deste rincão, promovendo maior interação entre o julgador e seu meio social”.


Foram selecionados e publicados pela Gráfica e Editora Bandeirante, poemas dos magistrados Itaney Francisco Campos, Eduardo Perez de Oliveira, Abílio Wolney Aires Neto, Barsanulfo Reis da Silva, Cézar Gomes da Silva, Luiza Fortunato Ricardo, Denival Francisco da Silva, Antônio Lenes de Araújo, Maria Gildina de Santana Roriz, Antônio Barreto de Araújo, Carlos Gustavo F de Morais, Geraldo Deusimar de Alencar e Weimar Muniz de Oliveira. Dois deles, Barsanulfo Reis da Silva e Cezar Gomes da Silva, fraternais irmãos da Ordem Maçônica – Grande Oriente do Estado de Goiás. Aos interessados na publicação, dirijam-se à Asmego, pelo endereço de email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


O poeta sonha, cria asas e voa para um mundo em que o seu coração o conduz, também a razão levando-o às manifestações de indignação, denúncia e abre também à porta da saudade do seu tempo. Resignado com fé, curva-se circunspecto ao poder superior. Da mesma forma com o leitor, que ao apreciar a mensagem poética, também é levado a outras paragens, às vezes diferentes do próprio autor pela sensibilidade de quem lê. Assim é que registro dos poetas magistrados, versos e estrofes que muito me enterneceram, pelo gosto que tenho pela poesia.


Itaney Francisco Campos: “Quando, no círculo férreo do processo, irrompe a flor áspera da sentença pretendendo dar um curso ao universo, cuja marcha feroz não se estanca, crispam-se as faces, dobram-se as fontes à força irresistível da alavanca. Feito garras de uma ave de rapina, emergem em seu disfarce e se agarra à errática face humana inoculando em sua pele a seiva espessa, vingativa e incruenta.


Denival Francisco da Silva: “Quanto mais trancados ficamos, mais esquecemos do mundo lá fora e de seus encantos. As imagens que nos chegam neste cubículo aprisionam-nos eternamente”.


Eduardo Perez Oliveira: “quebre-me, parta-me, abstenha-se de partir ainda: quero sua presença que me envenena, que me instiga e me alucina, quero-te ausente para que o presente seja a argila de minha misantropia”.


Antônio Lenes de Araújo: “Homem és como os que pedem na tua janela, um sopro de justiça. Pelo mais ou pelo menos, que tu deres, lembra que a mesma balança pode pesar-te também”.


Abílio Wolney Aires Neto: “Vai sonhador... Fita o céu e a terra, alcantilada e selvagem. Rochedos fulvos em socalcos na vindita da viagem. Ausculta o passado na tela da memória. Bate em retirada, alveja uma vitória”.


Antônio Barreto de Araújo: “A cada momento que passa, a recordação ultrapassa o limite do esquecimento. A saudade que machuca e a dor que martiriza o coração, encontra em mim o que encontrei na fé, na obra, alicerces da religião. Deus que o glorificou por pouco tempo me emprestou, o filho que mais fele do que meu. Agora, ainda resta dizer: Obrigado Senhor, Obrigado Senhor”.


Barsanulfo Reis da Silva: “No braço desta viola, eu faço a terra tremer. Faço a noite virar dia, faço o dia escurecer. Com o toque da viola ninguém pode entristecer. Esta viola de pinho está sempre em meu caminho. É a razão do meu viver”.


Carlos Gustavo F de Morais: “Virastes a razão do meu viver. És as páginas do meu livro. A pessoa para quem digo, que sentir não há de ser. Só tu trazes amor ao meu coração. Que nunca se acabe essa paixão. De amor sei que não terei carência”.


Cezar Gomes da Silva: “A estrada antiga que passei outrora não é mais a mesma, viu-se perdida nas ladeiras, cipoal, noite e na aurora. Resta tão só dentro de mim adormecida”.


Geraldo Deusimar de Alencar: “Se tanta estrada trilha-se no mundo sem que jamais se chegue a seu final. Com mais complexidade me confundo se tão perto do bom se encontra o mal. Entre esses mil mistérios vou levando esse viver que é místico e profano. Que por vez é virtude, ou é desmando. Que por vez é esperança e desengano”.


Luiza Fortunato Ricardo: “Hoje, quando sepultaram o amor, quero falar do amor. O amor de outrora, que é do ontem, mas que é do agora, pois nunca pode morrer. Por isso, trago meus versos, de forma singela, sem pompas, sem gala, como expressão nascida, mesmo, um raio imperfeito do verdadeiro e eterno amor”.


Maria Gildina de Santana Roriz: “Assim, o tempo passou e nem notamos, os filhos cresceram, nos aposentamos. Mas a vida nem sempre oferece flores... chegou o dia em que ele se foi... E Eu... Eu, em dores aqui fiquei. Naquela fazenda onde começamos, nunca mais voltei”.


Weimar Muniz de Oliveira: “Pretendo que saibas, Senhor, o quanto vos sou agradecido, pelo muito que tendes dado. Pelo lar, pela saude, pela paz que me destes; pela inteligência, pela temperança e ainda pela crença com que me contemplastes! Sou-vos grato, Senhor, para sempre, hoje, agora! Sou-vos grato, Senhor”.


Parabéns juiz Gilmar Luiz Coelho, presidente da Asmego, pelo incentivo à produção cultural dos magistrados goianos.


(Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)