Artigo publicado no Jornal Diário da Manhã, edição desta sexta-feira:
"Na edição de 15 de julho de 2009 do Diário da Manhã o jornalista Rosenwal Ferreira, no artigo “Sinal amarelo no Judiciário goiano”, terminou generalizando questão institucional de suma gravidade para a magistratura, o enriquecimento ilícito. É um tema a ser tratado com a seriedade necessária, prevenindo-se injustiças e danos à honra e dignidade dos magistrados goianos.
No artigo apontado, o jornalista inicia sua narrativa informando que “nos botecos que oxigenam as cidades” comenta-se que são evidentes os sinais exteriores de riqueza e luxo de alguns magistrados goianos; prossegue salientando que o volume de boatos é preocupante, circunstância que o levou meses atrás, a encaminhar dossiê ao Ministério Público; conclui dizendo-se preocupado com tal situação, que conviveria de forma incômoda com a já repisada morosidade da Justiça.
A Asmego, Associação dos Magistrados do Estado de Goiás, não poderia calar-se diante de tal manifestação; já que a generalização do artigo termina por contaminar a todos; envolvidos com a suposta suspeita de “enriquecimento ilícito”. Os magistrados goianos repudiam dita forma de denuncismo.
Necessário consignar que a Asmego, como entidade de classe, prima pelo respeito à liberdade de imprensa, fundamental à democracia e ao fortalecimento das instituições. A Asmego não pactua com nenhuma forma de corporativismo negativo. Se existem maus profissionais no Judiciário, que sejam eles alijados da posição de juízes, respeitando o devido processo legal e a amplitude do direito de defesa. O que não se admite é a exposição indiscriminada e injusta sem que se aponte, objetivamente, aquele ou aqueles, eventualmente, desviados do compromisso para com a magistratura e a sociedade.
O artigo que nos impulsiona se inicia sob o foco de boatos destilados em ambientes regados a álcool. Não foi um começo feliz. O jornalista envolve pejorativamente todo o Judiciário goiano em imputação de enriquecimento ilícito. Repudiamos tal forma de abordagem de tão relevante tema. A Asmego entende que a questão dever vir a conhecimento público, nomeando os supostos responsáveis. O suposto dossiê , acreditamos, deve ser entregue não ao Ministério Público, que não tem atribuição investigativa sobre magistrados, mas sim ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que, pela Corregedoria Nacional, trataria da apuração dos fatos. A Asmego registra que o CNJ é composto por juízes, promotores e advogados.
Em síntese, a Asmego gostaria de ver apontados os supostos magistrados mencionados no artigo, separando-se o “joio do trigo”. Aliás, a associação oficiará o senhor procurador geral de Justiça, na busca do suposto dossiê encaminhado, conforme cita o jornalista no artigo. A Asmego também tomará as providências institucionais e judiciais que o caso requer.
Quanto à suposta “bala na agulha” que a magistratura teria, asseguro, como dirigente classista, que os juízes de Goiás são honrados, trabalhadores e respeitam o trabalho sério que a imprensa realiza.
Átila Naves Amaral é presidente da Asmego, Associação dos Magistrados do Estado de Goiás."
Link do artigo publicado no jornal:
http://www.dm.com.br/materias/show/t/sinal_vermelho_para_o_denuncismo