Vencedor do 5º Prêmio AMB de Jornalismo na categoria Regional Centro-Oeste, O POPULAR recebeu, na noite de quarta-feira, em Brasília (DF), o prêmio promovido pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB). O repórter Vinicius Jorge Sassine, autor da série de reportagens vencedora, esteve na solenidade de premiação para receber o troféu e o certificado, juntamente com os outros 12 jornalistas de todo o País agraciados em diferentes categorias.
Na série Jovens marcados para morrer, Vinicius Sassine revelou as sistemáticas execuções de adolescentes infratores na Grande Goiânia, a maioria por policiais militares. Em quatro reportagens, veiculadas no POPULAR de 10 a 13 de fevereiro deste ano, o repórter contou as histórias de adolescentes que se envolveram com o crime e que foram assassinados antes de completar 18 anos de idade.
Uma outra série de reportagens do repórter, Trabalho infantil abre portas para abuso sexual, foi classificada para a final do 5º Prêmio AMB de Jornalismo. "É o reconhecimento da qualidade do trabalho realizado pela equipe do jornal, em áreas importantes como a de defesa dos direitos humanos", disse o jornalista. Em 2005, O POPULAR venceu o prêmio na mesma categoria, com a reportagem Falta de dados unificados dificulta combate ao crime, de autoria da repórter Rosana Melo.
O Prêmio AMB de Jornalismo é dividido em 12 categorias: Grande Prêmio, Nacional Impresso, Nacional Internet, Nacional Rádio, Nacional TV, Mude um Destino (que seleciona reportagens sobre adoção de crianças), Associações Filiadas (à AMB) e as Regionais Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O Grande Prêmio foi para a série de matérias Terra do Meio, de Marcelo Canellas, veiculada no Bom Dia, Brasil, da TV Globo. Venceram nas outras categorias reportagens da Folha de S. Paulo, do JC Online (Pernambuco), da Rádio Justiça (Brasília), da TV Globo, de O Paraense, do Correio da Bahia, do POPULAR, do Diário de São Paulo e da Gazeta do Povo (Paraná).
Arquivo morto
A série de reportagens do POPULAR surgiu a partir da informação sobre a existência de um "arquivo morto" na Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Dpai), onde são atendidos adolescentes envolvidos com alguma prática criminosa. Assistentes sociais que atuam na delegacia encaminham para este arquivo os prontuários dos adolescentes assassinados. O repórter Vinicius Sassine recuperou as histórias de 53 jovens.
O ciclo de execuções é alimentado pela impunidade: somente 16% dos inquéritos sobre as mortes dos adolescentes são finalizados pela Polícia Civil. Na última reportagem, foi mostrado que um jovem de até 24 anos é assassinado a cada 38 horas em Goiânia e em Aparecida. "O prêmio mostra mais uma vez o respeito que a magistratura brasileira tem sobre a imprensa nacional, disse o presidente da AMB, Mozart Valadares.