Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

Notícias

Entrevista com o juiz Aureliano Albuquerque Amorim

Entrevista com o juiz Aureliano Albuquerque Amorim

Entrevista com o juiz Aureliano Albuquerque Amorim

"Antes do preparo técnico para o exercício da magistratura, devemos ter preparo físico para aguentar o ritmo e a quantidade excessiva de trabalho", afirma juiz Aureliano Albuquerque Amorim

Atuante em provas de corridas, magistrado fala à Asmego sobre a importância da atividade física para além do bem estar físico e mental, mas também para melhorar o desempenho na resolução de problemas.

Confira a entrevista na íntegra:

-Soubemos que o sr., Dr. Aureliano, é um atleta corredor. Quando e em que contexto surgiu o interesse pelo esporte?

Surgiu quando tinha 35 anos de idade em um exame de rotina, que identificou arritmia. O médico realizou os exames e constatou que não havia nada de errado, salvo a condição de sedentarismo, associado a trabalho exaustivo e estressante. Nos termos informados, se não modificasse meu sistema de vida estaria infartado aos 45 anos de idade. Diante de tais circunstâncias, comecei a fazer caminhadas, passando para caminhadas intercaladas com pequenas corridas até que me vi correndo, chegando a fazer 35 quilômetros. Com isso, a arritmia desapareceu, mantenho o peso, reduzo o estresse e mantenho alta qualidade de vida.

-Participa de provas? Que modalidades disputa? Há alguma meta que conquistou ou ainda deseja conquistar?

Eventualmente participo de provas. Elas estimulam a aumentar o rendimento. No entanto, a maior parte das corridas que faço são realizadas sozinho. Mais de 80% dos corredores praticam o esporte sozinhos, muitos deles apenas com fones de ouvido para oitiva de músicas. Minha meta era chegar à meia maratona, mas passei além disso, chegando a correr 35 quilômetros algumas vezes. Porém, a meta atual é apenas continuar correndo, agora sem grande velocidade, mas com constância. Normalmente não ultrapasso a meia maratona.

-Em algum momento, o gosto pela atividade se encontrou com a vida jurídica? Caso sim, de que maneira?

Cheguei à conclusão de que, antes do preparo técnico para o exercício da magistratura, devemos ter preparo físico para aguentar o ritmo e a quantidade excessiva de trabalho. Com bom condicionamento físico conseguimos trabalhar mais e melhor, descansando via de um sono reparador bem mais profundo quando fazemos atividades físicas. Outrossim, durante a corrida é muito bom pensar em problemas complexos do trabalho. A maior quantidade de sangue para o cérebro aumenta a capacidade de raciocínio e chegamos a uma solução mais rápido, mas não devemos fazer isso com frequência. A corrida é antes de tudo um momento de relaxamento mental.

-Já conseguiu influenciar colegas juristas a iniciarem atividades relacionadas ao esporte? Eles conhecem a sua aptidão para a corrida?

Sim. Vários colegas começaram a correr e alguns deles com alta performance. Outros entenderam de realizar esportes diversos. Em algumas oportunidades fazemos corridas juntos, ou em provas. É sempre um grande prazer correr com os colegas.

-Qual é o principal resultado dessa atividade na sua vida pessoal e profissional? De que forma acredita que o esporte pode impactar as pessoas?

O corpo não foi feito para ficar sentado sem movimentação. Isso contribui para aumento do estresse e dos problemas de saúde. Uma vez movimentado, o corpo responde com saúde, disposição e alegria de viver. Fazer esportes é uma necessidade física e mental de todos e ajuda a se manter mais saudável, mesmo diante do avançar da idade. Uma mente sã em um corpo são permite produzir mais e melhor, relacionar-se melhor e por fim, viver com mais qualidade de vida.

-Por gentileza, caso queira acrescentar ou tratar de algo que não foi mencionado nas perguntas, sinta-se à vontade.

Entendo que a atividade física não dispensa a realização de outros hobbies. No meu caso gosto de fazer algumas viagens de moto e também gosto de pilotar avião, o que costumo fazer todos os fins de semana. É uma forma diferente de ver as coisas.