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Jornal Diário da Manhã destaca esforço de magistrados no projeto Acelerar, do TJGO

Projeto Acelerar, do TJGO, foi destaque na edição desta segunda, 4, do jornal Diário da Manhã Projeto Acelerar, do TJGO, foi destaque na edição desta segunda, 4, do jornal Diário da Manhã

Iniciativa traz celeridade à prestação jurisdicional no Estado


O jornal Diário da Manhã desta segunda-feira, 4, destacou o êxito do projeto Comitê de Enfrentamento das Demandas Repetitivas e Complexas, mais conhecido como Acelerar, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). O projeto parte do esforço conjunto dos magistrados goianos para julgar processos com mesma natureza de forma célere. O Acelerar desafoga, principalmente, o estoque de ações das comarcas do interior, onde o déficit de servidores e juízes é maior, trazendo mais celeridade à prestação jurisdicional.


O sucesso do Acelerar foi reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça, bem como por outros Estados que já estudam a implementação da iniciativa. Com coordenação da desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis e auxílio do juiz auxiliar da Presidência do TJGO Sebastião José de Assis Neto, o projeto, que atende a núcleos específicos, como da previdência, agrário, execuções fiscais, litígios contra instituições bancárias, telefônicas, entre outros já realizou 2.673 audiências em 16 comarcas e distribuiu mais de R$ 10 milhões em benefícios só neste ano.


Leia a íntegra da reportagem.


Justiça a jato


Programa Acelerar promove resolução rápida de litígios complexos e repetitivos. Modelo do TJ de Goiás é elogiado e se torna modelo para outros tribunais do País




O Tribunal de Justiça de Goiás implantou um serviço que leva prestação jurisdicional de forma ultrarrápida para a população, resolve pendências complexas e que tramitavam a até 100 anos e ajuda juízes do interior a solucionar questões que levariam anos para desafogar o Judiciário nas comarcas goianas. O Projeto Acelerar é coordenado pela desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis e o sucesso do trabalho despertou a atenção do Conselho Nacional de Justiça, além de ser estudado para implantação em outros Estados.


“O objetivo é simples e a missão complexa: levar e fazer a Justiça a quem precisa dela em um prazo rápido e de forma objetiva”, explica a desembargadora. Dito assim, sem maiores rodeios, fica relativamente simples compreender o que é o Projeto Acelerar, uma das mais exitosas iniciativas do Judiciário goiano.


Oficialmente o projeto tem um nome pomposo, com a fleuma que magistrados gostam de cultuar: Comitê de Enfrentamento das Demandas Repetitivas e Complexas. Na prática o trabalho já funciona redondinho e tem agradado milhares de goianos em mais de 150 comarcas espalhadas pelo Estado. Na última edição, acontecida na quarta-feira, 29, em Guapó, foram realizadas 130 audiências previdenciárias relacionadas à aposentadoria rural, à Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), de pensão por morte, de auxílio-acidente, por invalidez, por tempo de serviço e de auxílio-doença. A coordenação dos trabalhos informou que até o final do dia passaram pelo Fórum de Guapó, no mutirão do Projeto Acelerar, cerca de 500 pessoas entre partes, testemunhas e advogados. Somente de perícias foram realizadas 20.


Benefício


Uma das estrelas do programa é a prestação jurisdicional para o benefício da previdência social. Pessoas que aguardam a realização de audiência para a concessão de pensão por vários motivos são atendidas em grupo no mutirão previdenciário e passam a receber imediatamente o benefício.


A desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis explica que o mutirão é composto de juízes e serventuários que realizam audiências com procuradores da Previdência e se for necessário há até a prolação de sentença no mesmo dia. Um único juiz na comarca levaria mais de um ano para dar conta do serviço que é resolvido em um único dia. “Ver a satisfação das pessoas em ver sua demanda solucionada é gratificante e materializa o ideal de Justiça que todos nós sonhamos. O direito é dito e entregue ao cidadão em tempo rápido”.


À frente do Núcleo Previdenciário está o juiz de direito Reinaldo Dutra, um expert em Direito Previdenciário que orienta outros magistrados e os serventuários para otimizar os serviços. Os números atingidos pelo Acelerar nesse único serviço impressionam: no ano de 2014 foram realizadas 12.205 audiências, proferidas 1.906 sentenças, homologados 4.786 acordos e distribuídos mais de R$ 58 milhões em benefícios para a população. Somente esse ano de 2015 já foram realizadas 2.673 audiências em 16 comarcas e distribuídos mais de R$ 10 milhões em benefícios.


Sandra tem o auxílio prestimoso do juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça, Sebastião José de Assis Neto, outro entusiasta do Projeto Acelerar. Sebastião Neto já conseguiu até uma caminhonete cabine dupla e com tração 4×4 para que juízes e serventuários, quando necessário, possam ir até lugares distantes atender à população. “Tem pessoas com dificuldade de locomoção para ir até o Fórum no dia da audiência. Pois, vamos até esses cidadãos levar a Justiça a eles, porque esse é nosso ideal e nossa obrigação”.


Litígios agrários


Há outro núcleo especializado para atender juízes e partes em busca de solução rápida para suas demandas. À frente do Núcleo Agrário está o juiz de Direito Andrey Formiga, estudioso do assunto e respeitado pelo alcance de seu conhecimento na área. Esse núcleo estuda ações complexas, esmiúça as questões e oferece subsídios para juízes nas comarcas, inclusive com elaboração de sentença para que o juiz que preside o feito possa prolatar, caso concorde com o trabalho do colega escalado pelo Tribunal de Justiça para acelerar sua missão.


Se um juiz fosse se deter, estudar e elaborar um roteiro para uma sentença complexa, ele levaria meses e talvez sequer tivesse condições de assinar a dita sentença, porque poderia sair antes da comarca. Os resultados saltam aos olhos. O mais antigo processo em tramitação em Goiás, uma demanda protocolada em 1919 na comarca de Cristalina, foi arquivado definitivamente depois da intervenção do Projeto Acelerar e saiu da lista da corregedoria e do Conselho Nacional de Justiça. E assim outros processos da primeira metade do século passado também foram devidamente solucionados, sentenciados e arquivados.


Do mesmo modo acontece com assuntos de improbidade administrativa que envolvem gestores públicos nas comarcas do interior. O Núcleo de Improbidade Administrativa, coordenado pelo juiz Reinaldo Alves, realiza a mesma tarefa de subsidiar magistrados com estudos e até sentenças sobre o caso complexo.


Há uma coordenação especializada em ações repetitivas e cujo objeto sejam no mérito idênticas e repitam a forma de apresentação, de instrução e de julgamento. Nesse sentido se enquadram ações contra instituições bancárias e que envolvam questões sobre o DPVAT e grandes litigantes como operadoras de telefonia. Sob a orientação do juiz Eduardo Perez, essa ramificação do Projeto Acelerar dá sua contribuição para juízes de comarcas que tenham grande volume de ações dessa natureza.


A quinta sequência de julgados especializados está sob a coordenação do juiz Carlos Magno Rocha, que auxilia magistrados em assuntos referentes a execuções fiscais. A forma singular de processamento e de repetição de ações envolvendo a Fazenda Pública é um tormento para juízes, principalmente em início de carreira, e terminam por abarrotar as prateleiras de comarcas no interior.


Para que a “liga da celeridade judicante” preste socorro nas comarcas, os magistrados precisam gerar a demanda e solicitar do Tribunal de Justiça o auxílio. Onde há grande rotatividade dos juízes é mais comum o socorro chegar. Assim, comarcas como Guapó, a campeã de processos remetidos para a “liga”, tem um recorde de 81 processos somente para assuntos fundiários ou agrários, seguida de Aragarças, com 26 ações remetidas para análise, definição e sentença.


Assim, a desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis vai impondo o ritmo de acelerar o processamento e julgamento de ações complexas e repetitivas junto com outros magistrados postados como seus “lugares-tenente”, cada um com sua especialização e vocação para a prestação jurisdicional. Sandra Regina tem a magistratura no sangue: seu pai foi o desembargador Fenelon Teodoro Reis, que dá o nome ao moderno Fórum Criminal de Goiânia, localizado no Jardim Goiás e que só trabalhou em um local durante toda a vida: no Judiciário Goiano, desde o primeiro emprego como serventuário até se aposentar como desembargador, aliás, foi conhecido como um dos mais estudiosos, respeitados e inovadores julgadores da história do Tribunal de Justiça.


“São muitas as ações a desenvolver e os desafios do Poder Judiciário são grandes. Por isto, nossa responsabilidade em fazer a Justiça chegar de forma célere e segura para nossa população é maior”, finaliza Sandra.


Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO (com informações do Diário da Manhã)