Já que os conflitos fazem parte da vida em sociedade, é preciso compreendê-los e superá-los. Para isso, a Justiça dos dias atuais precisa driblar a postura tradicional e conservadora em prol do estabelecimento de vínculos e do diálogo, além de facilitar o acesso descomplicado, rápido e efetivo à questões jurídicas básicas, respeitando os problemas cotidianos dos cidadãos. O caminho alternativo tem sido trilhado por tribunais de todo o País e pelo próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ) através de mutirões de conciliação. O bom exemplo adotado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) em todo o Estado com as bancas permanentes de conciliação, sob a coordenação do juiz Fernando Ribeiro Montefusco, presidente da comissão do Movimento pela Conciliação em Goiás, já colhe os resultados do amplo e incansável trabalho desenvolvido na atual gestão com a escolha da prática como uma das três finalistas do 1º Prêmio Nacional da Conciliação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cuja cerimônia de premiação acontecerá em 6 de dezembro, às 20 horas, no Hotel Sofitel, No Rio de Janeiro (RJ). O prêmio tem como finalidade identificar, disseminar e estimular a realização de ações de modernização, no âmbito do Poder Judiciário, que estejam contribuindo para a aproximação das partes, a efetiva pacificação e, conseqüentemente, o aprimoramento da Justiça.
Em visita recente ao Tribunal goiano, a juíza Valéria Frioli Lagrasta Luciari, do CNJ, foi recebida pelo presidente do TJGO, desembargador Paulo Teles, e juiz Wilton Müller Salomão, auxiliar da Presidência do TJ, e acompanhou de perto os trabalhos do Movimento pela Conciliação realizados no Estado. Na ocasião, a magistrada enalteceu o perfil inovador e organizado do Judiciário goiano e classificou as práticas de conciliação desenvolvidas em Goiás como “revolucionárias”. De segunda-feira (29) até sexta-feira (3) o Poder Judiciário de Goiás realizará aproximadamente 38 mil audiências, na capital e no interior, durante a Semana Nacional da Conciliação, instituída pelo CNJ. O atendimento será feito até mesmo para pessoas que são partes em processos e que não foram intimadas.
Sobre o Movimento pela Conciliação
O Movimento pela Conciliação, que teve início em 23 de agosto de 2006, é um programa coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e conta com a participação de tribunais de todo o país, na esfera estadual, federal e do trabalho. O objetivo principal é a divulgação e o incentivo à solução de conflitos por meio do diálogo, garantindo, assim, mais celeridade e efetividade à Justiça. As práticas de conciliação contribuem para a imagem de um Poder Judiciário sensível, pacificador e eficiente junto à opinião pública, além de ser instrumento efetivo de justiça, equidade e paz social. Nesse sentido, o Movimento pela Conciliação já executou diversas ações, entre as quais: parcerias com entidades representativas de classe, com empresas públicas e privadas e com órgãos públicos; criação de centrais de conciliação; realização de cursos técnicos e de mutirões conciliatórios no âmbito dos tribunais.