Juiz Rinaldo Barros ao lado da australiana Marika McAdams: pesquisa da ONU sobre tráfico de pessoas
Magistrado Rinaldo Aparecido Barros foi entrevistado por representante da Organização das Nações Unidas nesta sexta-feira (06/06), na sede da ASMEGO
Indicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para dar um parecer sobre a atuação do Poder Judiciário no Brasil quanto ao combate ao tráfico de pessoas, o juiz Rinaldo Aparecido Barros foi entrevistado hoje (06/06) por uma representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A australiana Marika McAdams foi recebida pelo juiz na sede da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO).
O magistrado goiano é uma das referências no país sobre o assunto. A ONU está realizando uma pesquisa sobre tráfico de pessoas em vários países ao redor do mundo. “Ela queria saber sobre o que temos feito no enfrentamento desse grave problema. Falei que precisamos melhorar nossa Legislação. Temos que aumentar a pena para quem pratica esse tipo de crime. Hoje, a pena varia de três a oito anos”, diz o juiz.
Como ponto positivo, o magistrado lembrou que ações em conjunto entre os tribunais, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério Público (MP) e organismos internacionais estão sendo desenvolvidas.
“A intenção é saber como os países estão tratando o problema. O tráfico de pessoas é um crime que afeta o mundo todo”, lembrou o juiz Rinaldo Aparecido Barros. Os dados da pesquisa feita pela ONU – com a contribuição do magistrado goiano - serão divulgados no final deste ano.
Histórico de luta
Magistrado há 11 anos, o juiz da comarca de Jaraguá Rinaldo Aparecido Barros é associado da ASMEGO. Ele cuidou de um dos maiores casos de pedofilia do Brasil, envolvendo chefe do Executivo, diversos secretários, um vereador e vários empresários em Goiás. Na sequência, começou a ter notícias de tráfico de mulheres para fins sexuais, em diversas cidades da Região Norte, como, por exemplo, Uruaçu, que foi objeto de reportagem da Revista Veja em 2005.
De acordo com um estudo publicado recentemente pela ONG australiana Walk Free Foundation, que examinou o problema em 162 países, quase 30 milhões de pessoas vivem sob condições de escravidão atualmente no mundo. A Índia é o país com o maior número de escravos, com quase 14 milhões. O Brasil aparece na 94ª posição na lista, com cerca de 220 mil pessoas vivendo sob condição de escravidão.
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Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO. Jornalista Victor Hugo Araújo