Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Juíza alerta para a falta de capacidade em abrigos para crianças com doenças crônicas


Em entrevista ao jornal O Popular de hoje (10/01), a juíza de Infância e Juventude de Goiânia, Maria Socorro de Souza Afonso Silva, alertou para o fato de não haver, em Goiás, qualquer abrigo com condições de receber o bebê de 1 ano e 4 meses diagnosticado com osteogenese imperfeita, a doença dos "ossos de vidro". Segundo a magistrada, o número de servidores nestas unidades é insuficiente para dar a devida atenção a crianças com este perfil.




“Ele necessita ter um acompanhamento 24 horas. Nós teríamos que ter pelo menos três pessoas inteiramente à disposição. Nossas entidades de acolhimento já contam com número insuficiente de servidores. Não teríamos como tirar três servidores pra ficar exclusivamente por conta dele”, disse a juíza.


Adoção





A mãe quer entregar o menino para adoção, alegando não ter condições de cuidar da criança, que sofre fraturas com facilidade. Com futuro indefinido, o bebê permanece internado no Hospital da Criança, onde está desde que nasceuA juíza Maria Socorro disse que antes de encaminhar o bebê para adoção vai insistir para que os pais ou familiares próximos, como avós e tios, cuidem da criança.

Sabendo das restrições da criança, a mãe diz que é impossível cuidar dele. Ela mora com o marido em Avelinópolis, no interior goiano. Com mais dois filhos, um de 6 anos e outro de 4 meses, ela e o esposo concordaram com a entrega do menino em adoção. “Ele precisa de muita atenção”, afirmou a mãe à reportagem.

Drama



O Conselho Tutelar está dando apoio à família e tentando convencê-la para que fiquem com o menino. O bebê teve todas as fraturas possíveis dentro do útero, inclusive nas costelas, pois a doença se caracteriza pela deficiência de colágeno nos ossos, deixando-os frágeis. Ao nascer, em 2012, foi levado direto para a unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital da Criança. Ele deve receber alta nos próximo dias.