Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Juíza Doraci Lamar busca apoio da OAB para Movimento de Conciliação

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Paulo Teles, recebeu hoje (2), em seu gabinete, a coordenadora do Movimento pela Conciliação em Goiás, juíza Doraci Lamar; o presidente da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Miguel Cançado, o diretor do Foro de Goiânia, Carlos Elias da Silva e um grupo de advogados. A reunião foi proposta por Doraci afim de pedir o apoio da OAB no sentido de sensibilizar a categoria a que representa para a necessidade de uma mudança de consciência quanto à solução de litígios. “Há juízes, promotores e advogados que realmente oferecem resistência à ideia de acordos. As universidades preparam os juristas para o litígio, não para a conciliação, e isso precisa mudar porque o futuro está no acordo, na pacificação”, observou a juíza.


Para Miguel Cançado os advogados, em geral, tem demonstrado boa disposição para acordos. “Nosso objetivo é sempre esse: solucionar o conflito”, ponderou, acrescentando que a OAB-GO apóia integralmente o Movimento pela Conciliação. Doraci agradeceu, salientando que, de fato, a Ordem dos Advogados já cedeu espaços para a realização de bancas de conciliação. “Não faço críticas. Estou apenas solicitando cada vez mais apoio. A mudança tem de ser na mentalidade e sabemos que tanto no Poder Judiciário quanto no Ministério Público e na advocacia ainda há algumas resistências. É nesse sentido que tenho trabalhado: pela mudança de cultura, para que sejam sensibilizados aqueles que ainda resistem”, explicou.


Paulo Teles destacou a importância dos advogados aderirem à causa do Movimento pela Conciliação, porque as bancas precisam dessa cooperação da classe. Doraci afirmou que os juízes também precisam ser mais receptivos e trabalhem pela causa da conciliação e aponta para a necessidade de serem realizadas audiências preliminares “onde poderiam ser discutidas as possibilidades de conciliação com as partes”.


O diretor do Foro de Goiânia disse que no Mutirão de Conciliação, realizado no domingo passado no Fórum da capital, aconteceram 1.028 audiências com 563 acordos, o que correspondeu a um índice de 55,30%. Carlos Elias considerou um avanço no número de audiências e de acordos firmados, “mas a intenção é conseguirmos alcançar o índice de 70%. Esta é a média de acordos feitos em países desenvolvidos, enquanto nos países em desenvolvimento ela é de apenas de 35%. Estamos investindo na consciência da pacificação no poder judiciário, para que soluções sejam empreendidas em benefício das partes”.