Falta segurança nos Fóruns, melhorias no processo de informatização no interior são necessárias, mais assessores também para desafogar a primeira instância. Apenas alguns dos problemas identificados pelos próprios juízes que participaram da Campanha Gestão Democrática do Judiciário. Eles responderam ao questionário “Orçamento Participativo”, disponibilizado no site da entidade, no período de março a 15 de abril. A intenção de estimular os magistrados a participar da elaboração e gestão do orçamento do Judiciário foi alcançada. Tudo, para definir um perfil das prioridades de aplicação dos recursos da magistratura de primeiro e segundo graus.
Dos 27 Estados, os que mais participaram da campanha da AMB, foram Acre com 54,05% e Roraima, 41,46% de questionários respondidos. Entre as perguntas para a coleta de dados estavam a quantidade de pessoas por cargo existentes nas unidades, a qualidade da central de oficiais de Justiça e recursos de tecnologia da informação e comunicação. Sobre o uso de computador, apenas alguns juízes acreanos disseram não dispor de equipamentos de informática. Magistrados de outros Estados informaram que têm, pelo menos, um computador conectado à rede dos respectivos tribunais.
No que se refere aos formulários eletrônicos, como por exemplo, petições e despachos, todos os Estados garantiram que já dispõem de processo por via eletrônica. Um ponto que motivou manifestações preocupadas foi a questão da segurança. 95,24% dos magistrados do Piauí, por exemplo, reclamaram da falta de policiamento nos Fóruns. Em Tocantins, a reclamação foi a tônica em 88,24% das respostas. O Maranhão ficou em terceiro com 73,86% dos questionários indicando falhas na segurança.
A partir do recebimento dos questionários, a AMB está compilando os dados para encaminhar o resultado às associações regionais, individualmente. Caberá às entidades levar aos Tribunais as observações dos magistrados sobre as prioridades indicadas como necessárias quando da definição do orçamento. Para o coordenador da campanha Gestão Democrática do Judiciário, Gervásio dos Santos, 99% dos juízes desconhecem a verba destinada à sua unidade porque não participam da elaboração e distribuição do orçamento. "O preenchimento dos dados vai contribuir para a melhoria das condições de trabalho dos magistrados e serventuários e para a melhoria da prestação de serviços aos jurisdicionados", avalia o juiz.