Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Juízes e procuradores condenam aposentadoria aos 75 anos

Representantes de magistrados e procuradores de todo o País criticaram nesta terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 457/05, que aumenta de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória de servidores públicos e ministros dos tribunais superiores. Em ato público na Câmara, diversas entidades defenderam a rejeição da proposta do Senado, que aguarda análise do Plenário da Câmara.



Na opinião do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Walter Nunes, a aposentadoria compulsória é fundamental para a renovação do Poder Judiciário e para a evolução da jurisprudência brasileira. "A aposentadoria compulsória no Poder Judiciário aos 70 anos é a única forma de fazer com que haja a renovação necessária dos órgãos. Aumentar em mais cinco anos, principalmente no Judiciário, é perpetuar um grupo de pessoas no comando da magistratura, o que não é saudável em uma democracia", afirmou.



A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) apresentou um estudo com argumentos contrários à PEC. A entidade considera que, se aprovada, a proposta será um desestímulo à carreira, além de ter um caráter casuístico, por elevar imediatamente a idade para aposentadoria dos ministros dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União. Segundo o estudo, a mudança nas regras da aposentadoria pode permitir que um ministro do Tribunal Superior do Trabalho permaneça 30 anos no cargo.



O deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), que também participou do ato, disse que a não-ampliação do prazo é um dos passos para democratizar o Judiciário brasileiro. "As pessoas, se ficam muito tempo na carreira, não abrem espaço para outras. E, pior ainda, depois que o STF decidiu que só os mais antigos podem exercer a presidência e a vice-presidência das corregedorias dos tribunais, quem chega ali não chega por vir com uma proposta nova."



O ato foi promovido pela Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público. Além da Ajufe e da AMB, participaram do evento representantes da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), da Associação Nacional dos Procuradores da República e da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, entre outras entidades.