Curso ministrado pela Enfam contou com parceira da ASMEGO, ESMEG e TJGO
Foi realizado nesta sexta-feira (13), em Goiânia, o curso para juízes goianos O Magistrado na Mídia, oferecido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), com vistas a capacitar os juristas para atendimento profícuo aos profissionais da imprensa. A capacitação ocorreu no prédio da Escola Superior da Magistratura de Goiás (ESMEG), com participação de 22 magistrados do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). A etapa de abertura da qualificação foi acompanhada pelo diretor de Comunicação da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) e coordenador de Extensão da ESMEG, juiz André Reis Lacerda; e o adjunto daquela pasta e coordenador de Comunicação da escola, juiz Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro (confira álbum de fotos).
Dez profissionais de comunicação que atuam junto ao Poder Judiciário goiano - Assessorias de Comunicação da ASMEGO, ESMEG e do TJGO e profissionais da Agência Ampli Comunicação, responsável pelos canais digitais da Associação dos Magistrados e da Escola da Magistratura de Goiás - também colaboraram com a iniciativa da Enfam, executada em parceria com a ASMEGO, ESMEG e o Tribunal de Justiça. As atividades do curso foram iniciadas pela diretora da ESMEG, juíza Maria Socorro de Souza Afonso Silva. A magistrada declarou que a disponibilização do preparatório para juízes goianos foi um marco na história da Escola Superior da Magistratura de Goiás.
"Queremos compartilhar essa área do conhecimento com os colegas magistrados. Ressalto, aqui, os esforços da Divisão de Desenvolvimento Humano do TJGO para a realização deste curso de mídia", destacou. A jurista contou experiências testemunhadas em qualificação similar, ocorrida em novembro último, em Brasília (DF), integrada por comitiva de nove juízes goianos, entre 20 magistrados de diversos Tribunais brasileiros.
O juiz André Lacerda pontuou a necessidade de publicação, na mídia, dos atos pertinentes à Justiça. "Nós temos que ter noção da repercussão do nosso trabalho. Quem não ocupa espaço, perde espaço. Estamos na época do ativismo judicial. Se não falarmos, falarão por nós", alertou. Também representante da ASMEGO e da ESMEG na qualificação, Thiago Castelliano reforçou a declaração de André Lacerda sobre a amplitude de atuação do Poder Judiciário.
"Nós devemos, sim, ocupar espaço, mostrando para a sociedade que nós trabalhamos, e muito, produzimos, e muito", manifestou. Na avaliação do representante da Coordenadoria de Comunicação da Enfam, César Henrique Arrais, a magistratura de Goiás se destaca no cenário nacional pela seriedade para com o tratamento dos juízes com a mídia. "A gente fica muito feliz em ver que a magistratura goiana leva esse tema a sério. Nós achamos que, com esse curso rápido, intenso, irá se concretizar a ponte entre a Justiça e a mídia", disse.
O jornalista Rodrigo Haidar, ex-site Consultor Jurídico, proferiu palestra sobre o tema O interesse da mídia pela magistratura. Especialista na cobertura jornalística do Judiciário há 15 anos, Rodrigo pontuou os benefícios, para a sociedade, do relacionamento profissional entre a mídia e o Poder Judiciário. O comunicador destacou fatos que, segundo ele, corroboraram com o papel de protagonismo ocupado pela Justiça nos últimos anos, sendo a promulgação da Constituição Federal de 1988; a "atrofia do Legislativo" e a "burocracia do Executivo".
A assessora de Comunicação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Adriana Jobim, discutiu o assunto Justiça, mídia e sociedade, uma parceria necessária. Jobim sugeriu que os magistrados devem criar uma relação de confiança com os profissionais da mídia por meio da assessoria de Comunicação dos Tribunais. "Hoje, qualquer pessoa virou fonte de informação. Tudo é notícia", ponderou a jornalista sobre a importância de o Poder Judiciário pautar os veículos de comunicação. "Tudo é notícia", resumiu.
Oficinas
Foram ministradas duas oficinas com práticas comunicacionas, nas quais 16 magistrados passaram por simulações de entrevistas individuais e coletivas, para mídia impressa e televisiva. Segundo o juiz Antônio Cezar Pereira Menezes, o curso O magistrado na Mídia "foi uma forma de trazer ao juiz conhecimento de como a mídia funciona e os seus mecanismos para evitar que ele leve a uma entrevista informações não importantes, de modo a se preservar. De modo geral, este curso nos preparou para as situações vivenciadas no relacionamento com a mídia", comentou.
Na avaliação da juíza Nina Sá Araújo, a qualificação capacitou os juízes participantes quanto à postura dos magistrados em situações de atendimento a jornalistas. "Eu acho muito importante. Aprendemos como reagir no sentido de conceder ou negar entrevistas", finalizou a magistrada.
[fotos]