Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Justiça na Praça: Juízes do interior participam como voluntários

Sair do gabinete e ir de encontro à população contribuindo, dessa forma, para a democratização e humanização da Justiça. Imbuídos desse espírito o juiz Liciomar Fernandes da Silva, de Mozarlândia, e Rinaldo Aparecido Barros, de Jaraguá, se deslocaram de suas comarcas até a capital para participar ativamente da 2ª Edição do Projeto Justiça na Praça. Para Liciomar, que desenvolve vários projetos de âmbito social, a iniciativa é extremamente válida, pois atende principalmente as pessoas mais humildes, que não tem acesso à Justiça. “Pelos atendimentos que ajudei a realizar pude constatar que a maioria das pessoas são muito carentes e muitas vezes só precisam de uma orientação adequada sobre suas dúvidas, suas dificuldades cotidianas”, observou.



Com relação ao júri popular realizado nesta quarta-feira (17), de forma inédita no País, em praça pública, o magistrado, que nos dois anos de atuação na comarca de Mozarlândia presidiu 24 júris, esse tipo de ação tem reflexo na própria sociedade. “Além do cidadão comum ter a oportunidade de conhecer de perto os ritos do júri, a sua importância vai além, já que o próprio jurado aprende a valorizar o julgador e adquire maior consciência do seu papel durante o julgamento”, avaliou.


Na opinião de Rinaldo Barros, que também está à frente de vários trabalhos sociais no Estado, a grande virtude desse projeto é desmistificar a relação o Judiciário e a população. “Toda relação de confiança se dá por meio do diálogo franco e aberto e nesse caso não é diferente. O Judiciário tem seu papel social e deve auxiliar na resolução dos problemas que afligem a sociedade. Precisamos fazer com que todos tenham conhecimento desse fato, pois o povo leigo não sabe reivindicar, nem tem conhecimento dos seus direitos”, acentuou. Experiente na magistratura, o juiz contou que durante sua trajetória profissional lidou com casos em que as pessoas esperavam ansiosas pela solução não só dos seus problemas jurídicos, mas pessoais. “A lide tem um componente social. Muita gente traz consigo sentimentos de abandono, raiva e mágoa e só querem ser ouvidas. Por isso devemos ficar atentos a um bom atendimento e nos prepararmos para sermos, antes de tudo, para sermos bons ouvintes”, conclamou.