Saiu do forno um livreto que trata de boas práticas para se criar um canal de comunicação com jornalistas. É um manual para aproximar o Judiciário dos profissionais de comunicação e ganhou o título de Guia Prático de Relacionamento Magistratura e Imprensa. O documento está sendo distribuído a juízes e desembargadores paulistas.
Com dicas sobre linguagem e relação com jornalistas, o documento foi preparado pela Comissão de Imprensa e Comunicação (CIC) do Tribunal de Justiça. A comissão é formada pelos desembargadores Carlos Teixeira Leite Filho (presidente), Marco Antonio Marques da Silva e Décio de Moura Notarangeli.
A direção do TJ paulista entende como estratégico a existência de um canal permanente de comunicação com os órgãos de imprensa. Esse meio deve servir para divulgação de decisões com relevância social, econômica, política ou jurídica.
Para o Tribunal paulista, com a edição do Guia, a presidência pretende melhorar a comunicação com a sociedade para torná-la mais célere e eficiente. “Temos excelentes magistrados e servidores e precisamos dar visibilidade ao trabalho realizado”, afirma o presidente do TJ paulista, Viana Santos. Para ele, a imprensa é indispensável para a materialização da Justiça.
Segundo o desembargador Teixeira Leite, o Guia não tem a pretensão de ditar regras aos magistrados paulistas. O documento, de acordo com o presidente da CIC, foi criado para orientar sobre a importância de se divulgar decisões de interesse público e ações positivas realizadas pelo Judiciário. “O objetivo é o benefício do jurisdicionado, do Judiciário e da imprensa”, disse Teixeira Leite.
Teixeira Leite destaca a nova política de comunicação que está sendo implantada no Judiciário paulista. “Queremos abertura para mostrar nosso trabalho à sociedade, já que sempre somos criticados pela lentidão”, afirmou o desembargador para quem o Guia Prático de Relacionamento Magistratura e Imprensa é uma importante ferramenta.
De acordo com Teixeira Leite, o juiz paulista produz mais que o dobro da média dos tribunais brasileiros, mas a divulgação desse trabalho não acompanha essa realidade. “As decisões produzidas pelo Tribunal paulista não chegam ao conhecimento da sociedade”, disse.
O desembargador Décio Notarangeli apontou a dificuldade dos profissionais de imprensa para entender a linguagem jurídica. “O jornalista está no exercício de sua função, deve ser respeitado e atendido sempre da melhor forma possível. Ele quer a informação e nós a temos. Se a sociedade não sabe é porque não divulgamos.”