Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

Notícias

Ministro João Otávio de Noronha defende formação inicial de dois anos para novos juízes

Afirmação do ministro ocorreu durante curso oferecido pela Enfam a novos juízes do Acre, Mato Grosso do Sul e Piauí




Ministro João Otávio de Noronha

O ministro João Otávio de Noronha, diretor-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam), afirmou que os juízes brasileiros deveriam passar por dois anos de formação inicial, a exemplo do que já ocorre com outras carreiras de estado e em outros países de excelência na formação judicial.


A declaração do ministro – que se disse empenhado em aprimorar a formação inicial dos juízes brasileiros – foi feita na abertura do I Curso de Formação Inicial para Magistrados, destinado a 30 juízes dos Tribunais de Justiça do Acre, de Mato Grosso do Sul e do Piauí.

Noronha destacou a importância da realização do curso para os novos juízes. Ao abordar o caráter multidisciplinar da capacitação judicial, falou sobre gestão, psicologia, ética e economia. Segundo ele, o curso não deve ser um complemento da universidade.

Para Noronha, a missão constitucional da Enfam é promover a quebra do paradigma de que, uma vez aprovado em concurso público, o juiz já detém todas as competências necessárias para desempenhar seu papel na sociedade.

Desafios

Durante a conversa com os novos juízes, entre outros temas, o ministro mostrou sua preocupação com o impacto das decisões judiciais no contexto social, econômico e familiar, e também com as relações entre os magistrados e a mídia.

Noronha disse que os desafios dos juízes não são pequenos, já que a sociedade contemporânea exige do magistrado perfil que transcende àquele do julgador isolado, preocupado apenas com questões de ordem jurídica.

Hoje, argumenta o ministro, exigem-se competências de gestão (processual, administrativa e de pessoas) e as interpessoais e interinstitucionais, relativas à capacidade de se relacionar com a sociedade, partes, advogados, instituições parceiras e com órgãos da administração pública em geral.

Primeiro dia

O juiz Paulo de Tarso Tamburini, secretário-geral da Enfam, recebeu os novos juízes expondo-lhes as linhas gerais do curso de formação inicial e registrando a necessidade de uma formação reflexiva sobre o Poder Judiciário e sobre a participação ampla e multidisciplinar dos juízes no contexto social.

No primeiro dia do curso (segunda-feira, 12), os juízes do Conselho Nacional de Justiça fizeram palestras sobre a atuação e a importância da instituição para o Judiciário brasileiro.

Em seguida, o jornalista Heraldo Pereira proferiu palestra sobre o tema “O Judiciário e os Meios de Comunicação”. Na exposição, o jornalista ressaltou a importância da imparcialidade da imprensa e mostrou situações que requerem habilidade do magistrado para lidar tanto com os veículos tradicionais de comunicação quanto com as novas mídias.

Fonte: STJ