O 2º mutirão carcerário de Goiás, aberto nesta quarta-feira (24/3), em Goiânia, com a coordenação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pretende revisar os mais de 11 mil processos criminais do estado. As ações do mutirão começarão na capital e depois seguirão para as comarcas de Anápolis e Aparecida de Goiânia. A população carcerária do estado é de 11.118 presos. O primeiro mutirão de Goiás, que teve início em 15 de junho do ano passado na comarca de Águas Lindas e terminou em 2 de outubro de 2009, checou a situação prisional de 10.974 presos, com 12.254 processos. Foram concedidas à época 2.069 liberdades e 3.425 benefícios. A expectativa do corregedor-geral da Justiça de Goiás, Felipe Batista, é que no 2º mutirão carcerário do estado sejam encontrados menos problemas, já que a grande parte deles foram resolvidos na primeira edição do programa.
O juiz auxiliar do CNJ e coordenador nacional dos mutirões carcerários, Erivaldo Ribeiro dos Santos destacou que a iniciativa de inserção de mutirões carcerários anuais no calendário de atividades da corregedoria geral da Justiça de Goiás, por iniciativa própria, demonstra que o Poder Judiciário goiano está de fato comprometido com a imagem da Justiça. "Vocês institucionalizaram os mutirões carcerários no estado e isso é motivo de extremo reconhecimento e alegria de nossa parte", comemorou Erivaldo Ribeiro.
"Recentemente, nós, do CNJ, tivemos de participar de um encontro internacional, em Genebra, na Suíça, para discutir os sistemas carcerários. Para demonstrar à comunidade internacional os esforços que tem sido feitos para mudar a realidade lastimável das condições das penitenciárias de nosso país, apresentamos os projetos dos mutirões carcerários e do Começar de Novo, porque realmente acreditamos neles", completou o representante do CNJ, se referindo à participação de uma delegação de autoridades brasileiras na 13ª Sessão Regular do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) realizado na semana passada em Genebra (Suíça).
Durante a abertura do mutirão, que contou com a participação do presidente do TJGO, desembargador Paulo Teles, e do juiz corregedor e coordenador do mutirão em Goiás, Carlos Magno Rocha da Silva, o corregedor geral Felipe Batista informou que faz parte do plano de metas do tribunal do estado, para o biênio 2009-2011, a realização periódica de mutirões carcerários. "De consequência, desde junho do ano passado foi constituído o Grupo Permanente de Monitoramento, Acompanhamento e Aperfeiçoamento do Sistema Carcerário do Estado de Goiás, a que recentemente se agregou o Projeto Começar de Novo, ressaltando como uma de suas metas a realização de mutirão carcerário a cada ano", explicou o corregedor.