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“O melhor de tudo é acalmar o coração dessas famílias”, diz juiz sobre participação em Mutirão do Júri

juiz leonardo fleury Juiz Leonardo Fleury: segundo Mutirão do Júri em Aparecida (Foto: Victor Hugo de Araújo)

Ação em Aparecida integra estratégia do Conselho Nacional de Justiça aberta oficialmente nesta segunda-feira (17). Cerca de 50 julgamentos devem ocorrer só naquela comarca até o dia 24 de março


Mutirão do Júri de Aparecida de Goiânia entrou para a segunda semana de esforços diários. Com a dedicação de 12 magistrados voluntários, os trabalhos no fórum da cidade vão apresentando resultados expressivos: mais de 20 julgamentos em sete dias. A ação – uma realização da Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) e Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) que faz parte da estratégia do Conselho Nacional de Justiça – vai até 24 de março e a expectativa é alcançar a marca de 50 sessões.


A participação de Goiás na 1ª Semana Nacional do Júri foi aberta, oficialmente, nesta segunda-feira (17), às 8 horas, no hall dos auditórios dos tribunais do júri de Goiânia, situados no térreo do Fórum Heitor Moraes Fleury. A previsão é de que sejam realizadas 243 sessões de julgamento até a sexta-feira (21), em 70 unidades judiciárias do Estado (leia mais aqui).


Às segundas e sextas-feiras, quatro julgamentos são realizados simultaneamente no fórum de Aparecida. Às terças, quartas e quintas, quando são atendidos os casos mais complexos, uma banca é realizada a cada dia. Mas o sucesso do mutirão não seria o mesmo se não houvesse dedicação por parte dos magistrados.




Juiz Thiago Castelliano e servidores durante sessão do Mutirão do Júri em Aparecida (Foto: acervo pessoal) Juiz Thiago Castelliano e servidores durante sessão do Mutirão do Júri em Aparecida (Foto: acervo pessoal)

Voluntário, o juiz Thiago Castelliano viajou 330 quilômetros na semana passada, de Jataí, onde atua, até Aparecida de Goiânia, para presidir uma das bancas do mutirão. “Saí bem cedo de casa para chegar de manhã, na hora do júri. É importante, porque agilizamos processos que estavam parados há muito tempo. Mas o melhor de tudo é dar resposta às pessoas que foram vítimas dos crimes, acalmar o coração dessas famílias”, diz o juiz.


“O que nós estamos fazendo aqui é algo muito importante. Fico muito satisfeito em poder participar e levar a Justiça às pessoas, independente de haver condenação ou absolvição”, diz o juiz Leonardo Fleury, que, diariamente, tem presidido uma das bancas durante o Mutirão do Júri de Aparecida.


O magistrado, que atua na 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia lembra que o mutirão é o segundo, desta natureza, já realizado na comarca. “Os resultados são excelentes”, comemora o juiz Leonardo Fleury.


Para a juíza Zilmene Gomide da Silva Manzolli, atuar durante o mutirão leva satisfação não só às pessoas que aguardavam a realização do julgamento, mas, também, o próprio magistrado se sente feliz com o trabalho que realiza. “É uma questão de amor pelo trabalho, porque são poucos os voluntários. Muitas vezes, assumimos esse compromisso deixando outras atividades de lado. Ao final, no entanto, ficamos com o sentimento do dever cumprido, abraçando a magistratura, a carreira”, diz.


Atuando em uma das bancas, a juíza atendeu o caso de um vigilante acusado de homicídio qualificado por ter se defendido e atirado em um assaltante, recentemente. “Restou comprovado que o acusado atirou para se defender, tendo sido absolvido”, explica. “O mutirão deixa a Justiça muito mais perto do povo”, completa a magistrada.


O mutirão


A Semana Nacional do Júri, da qual faz parte o Mutirão do Júri de Aparecida de Goiânia, atende à Meta 4 da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que dispõe sobre o julgamento de todas as ações penais que receberam denúncia contra crimes dolosos contra a vida em data anterior a 31 de dezembro de 2009. A meta é compartilhada com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), também colaboradores.


Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO. Texto: jornalista Victor Hugo de Araújo