Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Papel das assessorias é discutido em encontro


“O que derruba o barco é a água de dentro e não a de fora”. Foi assim que o palestrante Jorge Duarte exemplificou a importância da comunicação interna para a imagem das associações perante a mídia. Duarte foi o segundo palestrante do Encontro de Jornalistas das Associações Filiadas à AMB (Ejafa), e falou sobre o tema “Questões Críticas no Trabalho de Assessoria de Imprensa”.


A primeira parte da apresentação foi baseada em listar as queixas mais comuns dos jornalistas em relação ao trabalho das assessorias de comunicação, fruto de uma pesquisa encampada por Duarte pelas redações do país desde 1994. O jornalista lembrou dezenas de pontos que são repetidos por assessorias em todo o Brasil, como a falta de cuidado com os releases, o desconhecimento das rotinas das diferentes mídias, e principalmente, a falta de inovação e de boas pautas, além de dificuldades relacionadas ao próprio assessorado.


Em seguida, Duarte fez uma nova lista de problemas enxergados no trabalho da assessoria, desta vez com os olhos do assessorado. Queixas com a falta de planejamento e de proatividade foram os principais pontos lembrados pelo palestrante. “O assessorado sempre acha que o assessor poderia fazer mais, que ele não consegue justificar as suas necessidades”, disse.


Segundo Duarte, o assessor de comunicação deve ter uma visão multidisciplinar, agindo em todos os campos da comunicação. “Não somos simples divulgadores, somos gestores de processo de comunicação”, alertou. Para Jorge, uma noção mais ampla de comunicação implica inclusive em uma diminuição à enorme valorização dada à imprensa. “Quem tem a informação a passar, quem domina a relação é a fonte, não a imprensa”. Uma das soluções seria um maior destaque à comunicação interna, ainda pouco difundida no país.


Outras dicas de relacionamento dos assessores com a mídia e com os assessorados foram motivadas por perguntas dos presentes, como o caminho para obter um melhor acesso aos magistrados como fontes, a despersonalização da figura do presidente, e como lidar com temas delicados questionados pelos jornalistas. Por fim, Duarte lembrou que apesar de todos os desafios a serem enfrentados pelas assessorias de comunicação, “hoje elas são muito mais valorizadas pelas entidades e seus dirigentes. Principalmente em uma associação de representantes de um poder público, onde uma boa imagem perante a mídia, e principalmente, perante o público, é fundamental”.