Presentes na mobilização do Fórum Permanente de Democratização do Poder Judiciário e ASMEGO, magistrados falaram sobre deficiências nas comarcas em que atuam
"Os colegas do interior são os que convivem mais de perto com o abismo estrutural que separa o primeiro e o segundo grau." A afirmação do diretor de Coordenadorias Regionais da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), juiz Gustavo Braga Carvalho, resume o sentimento dos magistrados de comarcas do interior do Estado que se uniram aos juízes de Goiânia em um grande ato público em prol de eleições diretas no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. A mobilização foi coordenada pelo Fórum Permanente de Democratização do Poder Judiciário e ASMEGO e reunião aproximadamente 150 juízes de primeiro grau.
Leia também: Em dia histórico para a magistratura goiana, quase 150 juízes cobram eleições diretas no TJGO
Para o juiz Gustavo Braga, o ato público de hoje nasceu dos encontros regionais realizados pela ASMEGO esse ano em Luziânia, Ceres, Rio Verde e Itumbiara. "Nos encontros, ficou clara que a bandeira das diretas é um desejo dos colegas de todo o Estado porque sabemos que esse é um caminho sem volta. Não temos dúvida de que a democratização será a melhor saída para os problemas que o Judiciário enfrenta", frisou o diretor da ASMEGO.
Juiz em Jaraguá, Rinaldo Aparecido Alves destaca que o primeiro grau não tem como expressar o que pensa, embora a democracia já seja uma realidade nos demais poderes. "O Judiciário se faz com o fortalecimento do primeiro grau. É lá que a população tem seu primeiro contato com a Justiça. E o juiz, agente de transformação social que é, tem muito o que contribuir com esse poder", afirma.
Juiz de Catalão, Everton Santos
A diretora do Foro de Aparecida de Goiânia, que está entre as maiores comarcas do Estado, acentua que, lá, os problemas enfrentados pelos colegas do interior se repetem, quase sempre, em escala gigantesca. O imenso volume de processos - na Vara da Fazenda Pública Municipal há 30 mil processos em andamento - e as falhas estruturais e de pessoal, segundo a magistrada, dificultam a prestação jurisdicional célere, que é o que a população espera. "Quem enfrenta tudo isso precisa ser ouvido", defende a juíza.
Para o juiz de Catalão, Everton Santos, com a mudança no regimento interno do TJGO, permitindo que os juízes de primeiro grau também possam votar para presidente e vice-presidente do Tribunal, os candidatos não contarão mais, somente, com a certeza envolvendo a antiguidade. "Eles terão de estar comprometidos com a modernização do Poder Judiciário", acentua. "Terão de visitar as comarcas conhecendo de perto suas realidades e fazendo um compromisso com sua melhoria", diz.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO | Ampli Comunicação