O presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), desembargador Paulo Teles, abriu hoje (4) um mutirão para a realização de 700 audiências de ações relacionadas ao Banco Itaú. O evento está sendo realizado durante todo o dia de hoje na sede da Associação dos Magistrados de Goiás (Asmego), onde foram montadas 25 bancas de conciliação. “A minha fala é de agradecimento pela espontaneidade com a qual os colegas juizes, funcionários e advogados que tem contribuído para esta empreitada que é o Movimento da Conciliação e também outras inciativas como a Justiça Ativa e as cortes”, afirmou o presidente.
A solenidade que contou também com a presença do ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Castro Filho, com a coordenadora do Movimento pela Conciliação em Goiás, Doracy Lamar Rosa da Silva Andrade, e do coordenador jurídico do Banco Itaú, Wellington Reberte de Carvalho, além do diretor do Foro de Goiânia e colaborador do projeto, juiz Carlos Elias da Silva. “A conciliação é algo mais amplo, atinge o espírito, a alma, valendo-se do sentimento de justiça que há em cada um de nós”, disse Carlos Elias, para quem o Movimento supera o brocardo “melhor um acordo que uma boa demanda.”
A expectativa da coordenadora do Movimento, Doracy Lamar, é de que metade das audiências terminem em acordo. “Há um mês tivemos um índice de 48% de acordos em 140 audiências onde o Banco Itaú era parte, então a expectativa é ainda maior”, disse Doracy. Para o coordenador jurídico do Banco Itaú, Wellington Carvalho, a estimativa de acordos ainda é maior, de 80%. “Nesse momento de crise, é importante tentar a conciliação. A inadimplência cresceu e o prazo médio do processo é longo, então, tanto para o banco quanto para o cliente é interessante resolver a questão num único dia”, argumentou.
Valorização
Em seu discurso, o ministro Castro Filho relembrou o início do processo de conciliação, quando o procedimento era sugerido no início da audiência de instrução e julgamento, fato que ele julgou inadequado e que foi corrigido posteriormente, incluindo o processo na fase de saneamento. “Temos de valorizar a conciliação porque todas as partes saem ganhando. Sem ela, o juiz só acerta 50%”, observou ele, que parabenizou o Tribunal pela iniciativa.