Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Projeto autoriza Judiciário a usar lucro de depósitos judiciais

A Câmara analisa o Projeto de Lei 7412/10, do deputado José Otávio Germano (PP-RS), que autoriza o Judiciário dos estados e do Distrito Federal a investir o dinheiro dos depósitos judiciais e ficar com o lucro do investimento, descontada a correção legal a que cada depósito judicial está sujeito – geralmente o índice da poupança.


Os recursos, segundo o projeto, serão direcionados às seguintes atividades:

- fundos específicos para a modernização do Poder Judiciário estadual e do Distrito Federal;

- construção, recuperação, reforma e restauração física de prédios;

- compra de equipamentos em geral;

- implantação e manutenção de sistemas de informática;

- pagamento de advogados designados para atuar na justiça gratuita onde não houver Defensoria Pública;

- treinamento e especialização de magistrados e servidores dos tribunais.


Inconstitucional

Em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucionais leis estaduais do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso e do Amazonas que permitiam aos tribunais utilizar o lucro de aplicações dos depósitos judiciais na estrutura judiciária.


O deputado José Otávio Germano criticou a decisão do STF e, por concordar com as iniciativas estaduais, defende que as normas sejam incorporadas à legislação federal.


"Com a decisão do Supremo, a diferença que ia para esses investimentos acabará nas mãos do mercado financeiro. A experiência dos estados merece prosperar, com o seu acolhimento pela legislação federal", argumenta.


Segundo ele, o Rio Grande do Sul obteve R$ 626 milhões na aplicação dos depósitos judiciais desde 2003, recursos que financiaram a construção de 74 prédios para o Judiciário no estado e o pagamento de advogados para defender os réus pobres, de perícias e de exames de DNA.


Tramitação

O projeto terá análise conclusiva das comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Íntegra da proposta:


PL-7412/2010