Magistrada Flávia Zuza atuou para viabilizar o projeto Ciranda Cirandinha em cidade do Entorno do DF
No ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 25 anos, o Judiciário pode comemorar ações como a desenvolvida pela juíza goiana Flávia Zuza, idealizadora do projeto Ciranda Cirandinha, que atende crianças assistidas pela Associação Filhas do Puríssimo Coração de Maria, de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.
O projeto consistiu na criação de um espaço físico de 207 metros quadrados, anexo ao abrigo mantido pela associação, com salas de estudos, desportiva, brinquedoteca e banheiros em tamanhos especiais para atender crianças de 0 a 10 anos.
Segundo a juíza Flávia Zuza, o Ciranda Cirandinha nasceu após uma visita ao abrigo que atende crianças em situação de risco e que estão à espera de adoção. "Como mulher, mãe e juíza, fiquei triste quando vi que ali não havia um local adequado para as crianças brincarem. Faltavam brinquedos e um espaço para convivência. As crianças se entretiam com programas de TV inadequados para elas. Faltava tudo, ali", conta.
A magistrada relata que ficou tão comovida com o cenário encontrado que no outro dia já reuniu uma equipe no fórum de Luziânia compartilhando a ideia e o nome do projeto. A partir daí, já foram verificados o espaço, a verba para colocar o projeto em prática, além de levantamento de parcerias para doações. "A situação que vi me moveu a mudar o cenário", arremata.
O Ciranda Cirandinha foi inaugurado nove meses após ter sido idealizado, em setembro de 2013. "Isso foi emblemático para mim, enquanto mulher. Lógico que não fiz nada sozinha, mas motivei as pessoas que estavam por perto", diz. "O sucesso do Ciranda Cirandinha deve-se ao apoio dos servidores da comarca, do Ministério Público e, principalmente, à comunidade local. Houve uma grande mobilização. Recebemos doações de roupas, calçados, material escolar, bem como o apoio de várias pessoas dispostas a desenvolver um trabalho voluntário", completa.
A juíza é mais um dos inúmeros exemplos de magistrados que vão além das atividades específicas da magistratura, atuando como verdadeiros agentes sociais a transformarem a realidade à sua volta. O Ciranda Cirandinha é importante para as crianças que já passaram e para as que estão no abrigo; no processo de preparação gradativa para o desligamento delas da entidade e o novo recomeço em um lar; bem como para sua formação e desenvolvimento. Flávia Zuza comemora o sucesso e a continuidade do projeto. "Está tudo funcionando a pleno vapor. Agora, as famílias podem se aproximar das crianças tendo, para isso, um espaço adequado. Há também voluntários que ministram aulas de capoeira e informática na unidade", ressalta.
Ciranda Cirandinha
Juíza Flávia Zuza
O nome do projeto, que faz alusão à cantiga de roda popular, foi escolhido pela juíza Flávia Zuza. Para ela, o nome tem todo um significado especial e carrega um pouco da essência da brinquedoteca. "É uma cantiga de roda para ser cantada por várias crianças. A cada repetição da música, uma criança vai para o centro da roda, onde recebe a atenção de todos e se prepara para recomeçar", finaliza a magistrada.
A brinquedoteca do projeto Ciranda Cirandinha recebeu o nome Paulo Boni, em homenagem ao empresário que patrocinou a obra, mas que faleceu antes da sua inauguração, em um acidente automobilístico.
O abrigo
A Associação das Filhas do Puríssimo Coração de Maria é uma entidade sem fins lucrativos de assistência social que abriga crianças órfãs ou abandonadas pelos familiares, encaminhadas pelo MP e Conselho Tutelar da cidade. A entidade abriga, preferencialmente, crianças do sexo feminino, mas admite a entrada de crianças do sexo masculino, desde que façam parte de grupo de irmãos e que sejam mais novos (faixa de 5 anos de idade).
A entidade tem capacidade para 20 crianças. O abrigo é presidido pela Irmã Mariana Nierzewska e dirigida pela Irmã Maria Beatriz Placzek, estando vinculado à Igreja Católica. O Abrigo Puríssimo Coração de Maria está localizado na cidade de Luziânia, no Setor 05, Quadra 09, Lotes 01/10, no Jardim Umuarama, cidade Osafaya.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO. Fotos: Wagner Soares | CCS/TJGO