Com indicação a prêmio internacional, o juiz Pedro Piazzalunga da comarca de Alto Paraíso de Goiás e atualmente juiz respondente da comarca de Cavalcante, vem realizando um trabalho de destaque com a implementação do projeto “Plantar o Bem”, na Unidade Prisional de Alto Paraíso.
Segundo o juiz, o programa é uma parceria entre a empresa Azul, o poder Judiciário e o Ministério Público com a colaboração do Conselho da Comunidade de Alto Paraíso e da Unidade Prisional.
"É uma iniciativa voltada para capacitar ao trabalho os reeducandos do regime fechado da Comarca de Alto Paraíso, bem como uma forma alternativa de gerar renda ao presídio, para garantir que o prédio receba uma manutenção mínima e que todos tenham acesso a produtos de higiene, tendo em vista que o Poder Executivo de Goiás não estava fornecendo o básico para suporte à Unidade", declara.
O foco do Plantar o Bem é ensinar aos presos sobre a agricultura orgânica, com a produção de mudas e hortaliças, para que possam ter um meio de sustento quando saírem do cárcere e também utilizar os produtos em prol da unidade, esclarece Pedro Piazzalunga.
"A ideia do projeto surgiu em meio a uma das reuniões do Conselho da Comunidade que foi reestruturado por mim no início de 2019. Paralelamente, foi implantado o sistema prisional semiaberto harmonizado para resolver a problemática da superlotação. Devido a precariedade do prédio foi lançado um edital para reforma e o Diretor da Unidade Prisional selecionou reeducandos com qualificação em obras e com bom comportamento para o processo educativo da horta orgânica, dando início ao programa", informa.
"Com instalações dignas, acesso a produtos de higiene e aprendizado, houve uma melhora significativa no comportamento dos internos, com a redução no número de faltas graves, bem como a auto estima se elevou em muitos deles, que passaram a planejar o futuro após o período de cárcere, o que era raro antigamente", alega.
O projeto foi indicado ao Prêmio Juventude Rural Inovadora na América Latina e no Caribe, uma iniciativa do Centro de Conhecimentos e Cooperação Sul do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), na categoria segurança alimentar. De acordo com o juiz a experiência é gratificante pois o prêmio busca identificar e premiar iniciativas inovadoras e sustentáveis.
"Com o esforço de todos nós transformamos um presídio que estava com uma estrutura condenada, em condições extremamente degradantes e hostis a qualquer ser humano - circunstâncias que, inclusive, haviam motivado a propositura pelo Ministério Público para interdição da Unidade -, em um presídio sem superlotação, que oferece um ambiente digno a qualquer pessoa e que contribui efetivamente para a ressocialização dos condenados", assegura.