Associação dos Magistrados do Estado de Goiás

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Reportagem de O Popular destaca qualidade de torneio organizado pela ASMEGO

O jornal O Popular de terça-feira, dia 1º de maio, publicou reportagem sobre o Campeonato Regional de Futebol Society para Magistrados, realizado no Estádio da Serrinha no fim de semana, em Goiânia. Veja texto assinado pelo jornalista Jânio José da Silva, da Editoria de Esportes.


FUTEBOL SOCIETY

Jogo de juízes: da toga às chuteiras




Divididas, jogadas duras, reclamações com a arbitragem e colegas de time, belos gols e algumas jogadas de efeito, furadas, arrancadas, dribles. Tudo isso, e um pouco mais, foi mostrado durante o Campeonato Regional de Futebol Soçaite para Magistrados, encerrado segunda-feira no campo reduzido do Estádio da Serrinha. Nada de linguagem rebuscada e jurídica entre os cerca de 100 juízes de Direito que atuam no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, que disputaram o torneio. A linguagem do futebol é mesmo universal e, no jogo entre magistrados, ninguém entra numa dividida pedindo permissão, com ofício timbrado, do tipo "Vossa Excelência deixa eu tomar a bola".


O torneio, dividido em três categorias – master (acima de 38 anos), sênior (acima de 48 anos) e livre (todas as idades) – definiu os campeões das categorias que disputarão a fase nacional, no fim do segundo semestre, em capitais do Nordeste. Goiás conquistou os títulos nas categorias master e sênior, enquanto Tocantins venceu na livre. No fim do ano, as equipes disputarão a fase nacional, em capitais do Nordeste.


Houve disputa – e das boas, não pela viagem em si. Valia título, troféu, medalha e, para mediar os confrontos, foram requisitados árbitros da Federação Goiana de Futebol (FGF), como Roberto Giovanny, Cleiber Elias e Jesmar Miranda. E os jogos de juízes são pegados e iguais a qualquer outro. O único problema dos magistrados é que, sobrecarregados pela carga de trabalho e pela falta de tempo livre, é difícil reuni-los para treinar nos respectivos estados.


"No Mato Grosso, pela dimensão territorial do Estado, não tem como a gente se reunir para jogar. Há colegas que atuam em cidades que ficam distantes, por exemplo, 400 quilômetros da capital (Cuiabá)", explicou o juiz de Direito do 2º Juizado Especial de Cuiabá, Agamenon Alcântara, de 42 anos. Na segunda-feira, ele e alguns colegas de toga, ou melhor, de chuteira, tiveram de disputar dois jogos em sequência, à tarde. Mas nada que tirasse o ânimo e o humor dos magistrados mato-grossenses.


No clássico contra os vizinhos de Mato Grosso do Sul sobrou vontade, boas jogadas, uma entrada dura entre adversários e, como todo bom jogo, para suscitar discussões, houve um gol polêmico, marcado no cabeceio do juiz Luiz Otávio. No escanteio, Luiz Otávio subiu mais alto, cabeceou, a bola tocou no travessão e, na visão dos árbitros, entrou. Lance digno de um tira-teima. Ah, um colega de Luiz Otávio ainda denunciou o apelido dele – Tatu. Vitória de Mato Grosso por 1 a 0 com gol de Tatu, com todo respeito.


"Nosso time já está ficando velho. Para nós, o esporte é fundamental. Na primeira vez que fui a um campeonato e vi um jogo, pensei que fosse tranquilo. Mas é futebol, igual a qualquer lugar ou situação", exemplificou Agamenon. Segundo ele, para movimentar o time e os magistrados, foi criada no Mato Grosso a Copa Integração, que reúne jogadores de outras esferas jurídicas: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público e Defensoria Pública. Assim, é possível organizar um bom quadrangular.


Do vestiário ao tribunal

No último jogo do dia, a Associação de Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) perdia de 1 a 0 para o Mato Grosso, pela categoria sênior. Foi quando, depois de receber a bola, o camisa 5 de Goiás acertou um chute forte e alto, no ângulo, empatando o jogo. Depois, mais um gol na conclusão colocada e, para fechar, um passe para o colega de time fechar a goleada de 4 a 1. O destaque dos magistrados goianos, que tinha juízes de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas, Itumbiara, Acreúna e Trindade, é o meia Lourival Machado Costa, de 48 anos, que exibiu talento e boa condição física durante o torneio.



Natural de Urutaí, Lourival é juiz em Aparecida de Goiânia e, antes de iniciar carreira jurídica, atuou pelo Atlético e Goiânia, há mais de 30 anos. Segundo ele, em 1979, jogou pelo Galo (Goiânia) e, depois, em 1981, no Dragão (Atlético). Naquela época, Lourival era o chamado ponta de lança, um termo praticamente inutilizado hoje, na linguagem do futebol. O antigo ponta de lança atuava como meia, próximo à área adversária. Podia ser artilheiro, como Lourival ou, exemplo típico, o ex-jogador Zico, no Flamengo, como tinha a função de jogar ao lado dos atacantes e deixá-los na cara do gol.



Quando estava no Atlético, Lourival já era acadêmico de Direito na então Faculdade Anhanguera e tinha definido o rumo profissional. "Sempre joguei futebol, mas minha opção era terminar o curso (Direito) e trabalhar na área", revelou Lourival. Pelo Atlético, ele fazia a transição dos juniores ao elenco profissional, em que atuou ao lado de jogadores conhecidos à época, como o atacante Tulica, o zagueiro Wilson Sorriso, o lateral Ademar e o meia Valtair que, atualmente, é um dos parceiros de futevôlei de Lourival nos fins de semana. "Nós (juízes) não temos tempo para jogar. Mas arrumo um tempo e sempre estou por aí, jogando", disse Lourival.