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Senado aprova reforma da Lei de Execução Penal; projeto vai à Câmara



Foto: Reprodução | Portal do Jornal de Brasília

O Senado aprovou nesta quarta-feira (4) um projeto que promove uma reforma da Lei de Execução Penal. Entre as mudanças previstas na proposta, está a definição de limite máximo de oito presos por cela. A redação em vigor da lei, que é de 1984, prevê que o condenado “será alojado em cela individual”, situação rara nos presídios brasileiros.





Pela proposta, “em casos excepcionais”, serão admitidas celas individuais. A medida também possibilita, como direito do preso, a progressão antecipada de regime no caso de presídio superlotado (veja mais detalhes da proposta abaixo).


O projeto é derivado de uma comissão de juristas criada pelo Senado para debater o tema. A proposta segue agora para análise da Câmara dos Deputados.





A comissão trabalhou pautada em seis eixos:






  1. Humanização da sanção penal;

  2. efetividade do cumprimento da sanção penal;

  3. ressocialização do sentenciado;

  4. desburocratização de procedimentos;

  5. informatização;

  6. previsibilidade da execução penal.




Entre os objetivos do projeto, está a tentativa de desinchar o sistema penitenciário no país. Para o relator da proposta, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),o atual sistema carcerário não está “estruturado para cumprir a sua missão legal: ressocializar”.





“Trata-se de um sistema [o atual] voltado para o encarceramento e para a contenção antecipada de pessoas, sem julgamento definitivo. Como resultado, cria-se um ambiente propício para as revoltas e as rebeliões”, justificou Anastasia.






Mudanças





Entre outros pontos, a proposta prevê que:






  • O trabalho do condenado passa a ser visto como parte integrante do programa de recuperação do preso, e passa a ser remunerado com base no salário mínimo cheio, não mais com base em 75% do salário mínimo;

  • estabelecimentos penais serão compostos de espaços reservados para atividades laborais;

  • gestores prisionais deverão implementar programas de incentivo ao trabalho do preso, procurando parcerias junto às empresas e à Administração Pública

  • deverão ser ampliadas as possibilidades de conversão da prisão em pena alternativa;

  • entre as formas de trabalho para presos, a preferência para o trabalho de produção de alimentos dentro do presídio, como forma de melhorar a comida;

  • deverão ser incluídos produtos de higiene entre os itens de assistência material ao preso;

  • deverá ser informatizado o acompanhamento da execução penal.


Fonte: G1