Juízes do Entorno do DF se queixam de problemas para prestação da Justiça e consideram o Fórum Permanente de Democratização do Poder Judiciário um caminho para sanar deficiências do primeiro grau
Uma comissão formada pelas magistradas Flávia Cristina Zuza e Alice Teles de Oliveira, de Luziânia, e Vanessa Crhistiana Garcia Lemos, de Santo Antônio do Descoberto, será responsável pela elaboração da Carta de Luziânia, que será formatada a partir da realização do encontro regional da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), no município, nesta sexta-feira, 23. Na ocasião, a associação lançou as atividades do Fórum Permanente de Democratização do Poder Judiciário, que terá na comissão formada em Luziânia um braço para o desenvolvimento de ações no Entorno do Distrito Federal.
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Os magistrados que atuam na região relataram, durante o evento, deficiências enfrentadas no cotidiano das comarcas para a efetiva prestação da Justiça. “Às vezes falta um pouco de sensibilidade para olhar para o primeiro grau. O trabalho no Entorno do Distrito Federal é difícil demais. E o que estamos pedindo é para que olhem para cá”, disse a diretora do Foro de Luziânia, juíza Soraya Fagury Brito

Juízes Flávia Zuza e Luís Flávio Cunha Navarro
Num depoimento emocionado, a juíza da 1ª Vara Cível da comarca de Luziânia, Flávia Zuza, falou sobre as dificuldades vivenciadas pelo juiz de 1º grau que, segundo ela, muitas vezes se sente sozinho e sem alternativa diante de tantos desafios. A magistrada está desde 2008 no Entorno do DF, já tendo passado também por Águas Lindas e Cristalina, onde exerce com muita dificuldade a judicatura. Mas, para a juíza, que integra a comissão formada na comarca nesta sexta-feira, o movimento coordenado pela ASMEGO tende a unir a magistratura em busca de alternativas possíveis.
"Embora sejamos formadores de opinião, estamos acostumados a não falar. Talvez porque pensávamos que não seríamos ouvidos. Agora, com este novo movimento, temos condições, sim, de nos fazer ouvir, de nos fazermos valorizados”, avaliou a juíza.
Otimista, a juíza Alice Teles de Oliveira considera que, ainda que demore a chegar o tempo em que todos os juízes possam ter o poder do voto na hora de escolher o presidente e o vice-presidente dos tribunais, a luta em prol deste direito é extremamente pertinente e urgente. “Daqui um tempo, vão dizer: ‘Nossa, mas precisaram criar um fórum para discutir este assunto? O juiz não votava para presidente do tribunal no passado? ‘“, brincou a magistrada.
Representando o presidente do TJGO, desembargador Ney Teles de Paula, e a corregedora-geral da Justiça de Goiás, desembargadora Nelma Branco Ferreira Perilo, participaram do evento o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal, José Ricardo Chaves; e o juiz auxiliar da Corregedoria, juiz Wilton Mullher Salomão, respectivamente. E, também, o vice-presidente Administrativo da AMB, Wilson da Silva Dias; e o juiz Murilo Vieira Faria, também integrante do fórum.
Participaram ainda do encontro os magistrados Polliana Passos Carvalho, de Novo Gama; Mariana Belisário Schettino Abreu e Lorena Prudente Mendes, de Valparaíso; André Costa Jucá e Aline Freitas da Silva, de Cidade Ocidental; Luís Flávio Cunha Navarro, de Águas Lindas; e Clauber Costa Abreu e Gustavo Dalul Faria, de Goiânia.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO. Texto e fotos: Deire Assis
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