“O Poder Judiciário precisa melhorar seu desempenho, mas não adianta apenas ter planos bons e metas bem escolhidas com esse objetivo. É necessário que todos os envolvidos, magistrados e servidores em particular, assumam a disposição de realmente cumprir o planejado. Mas isso exige uma mudança de postura, um compromisso com uma Justiça melhor”, disse nesta terça-feira (22/06) o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Milton Nobre, ao falar em nome do presidente Cezar Peluso, na abertura do Workshop sobre a Meta 5, que será realizado até amanhã, na Escola Nacional de Administração.
Segundo Nobre, workshops “servem para estimular a concorrência saudável entre tribunais, todos buscando fazer o melhor e serem exemplos para outros. É preciso quebrar a resistência daquelas pessoas que ainda acham que uma iniciativa, simplesmente por ser nova, não tem a eficiência de uma rotina tradicional, que comprovadamente traz resultados”, afirmou o conselheiro.
“Queremos mais do que a modernidade, queremos construir o futuro e, para isso, os tribunais têm que continuar avançando em busca da concretização dos objetivos traçados para o judiciário brasileiro. Temos um dos melhores do mundo, mas podemos ser o melhor do mundo”, concluiu Milton Nobre.
O evento, que visa compartilhar metodologias inovadoras de gestão de processos adotadas em tribunais de todo o país, dentro do previsto na Meta 5 do Judiciário – implantação de gerenciamento de rotinas em pelo menos 50% das unidades judiciárias de 1º grau – reúne representantes do Conselho da Justiça Federal, do Superior Tribunal de Justiça e das justiças federal e estadual.
O juiz auxiliar da presidência do CNJ Antonio Carlos Alves Braga Jr., que coordena o workshop, explicou que a iniciativa “não visa ensinar métodos de trabalho, mas dividir experiências com resultados muito positivos, que podem ser levadas aos estados como estímulo à mudança de rotinas processuais. É, em síntese, uma ferramenta de trabalho, por meio da qual magistrados e servidores podem aperfeiçoar a gestão em cada tribunal”.
Para Braga Jr., um dos grandes problemas que existem hoje no Judiciário é a pouca troca de experiências. “Às vezes, uma vara ao lado de outra não aproveita boas soluções para tornar rotinas mais eficientes apenas por falta de comunicação, ou mesmo por vaidade, o que acaba comprometendo a Justiça como um todo.”