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Juizes devem ficar fora da administração dos tribunais, diz especialista

Os juízes devem ficar fora da administração dos tribunais para ter mais tempo de se dedicar ao exame dos processos judiciais, o que traria mais qualidade às decisões. A sugestão é do norte-americano Jeffrey Apperson, presidente da International  Association for Court Administration e vice-presidente da National Center for State Courts. Ele proferiu Conferência Magna nesta terça-feira (15/10), durante solenidade de lançamento do Relatório Justiça em Números 2013, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que traz uma radiografia do Poder Judiciário brasileiro com base em dados de 2012. O evento está sendo realizado na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.


“Tirem os juizes da administração”, disse o palestrante, ao afirmar que esse setor dos tribunais deve ser entregue a profissionais da área de gestão. Segundo ele, tal medida tem potencial de aprimorar a gestão das varas e dos processos, além de permitir ao juiz uma maior dedicação às decisões. O resultado, afirmou, seria uma tramitação processual mais célere e decisões judiciais mais seguras. Jeffrey Apperson sugeriu também que as cortes implantem comitês de gestão processual para a uniformização dos procedimentos relativos à tramitação das ações.


O especialista se disse “impressionado” com a gama de informações do Relatório Justiça em Números 2013 e afirmou aos magistrados presentes que, por meio desse estudo, “vocês estão recriando o seu trabalho”. Por outro lado, ele observou que nesse tipo de levantamento é importante que se leve em conta não só os números da produtividade, mas também a complexidade de cada tipo de processo judicial. Para ele, processos de diferentes naturezas devem ter pesos diversos na avaliação.


O conferencista também defendeu que o Judiciário brasileiro incentive cada vez mais a busca de soluções pacificadas para os conflitos judiciais, como, por exemplo, a conciliação e a mediação. Ao final de sua apresentação, o norte-americano parabenizou os magistrados e servidores da Justiça brasileira, “uma das que mais se desenvolvem na América Latina e em todo o mundo”.