Uma comitiva composta por representantes de movimentos de mulheres do Brasil compareceu ao Senado nesta quarta-feira (26) para entregar à senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) um documento com mais de 5 mil assinaturas a favor da manutenção da Lei Maria da Penha na elaboração do novo Código de Processo Penal (CPP).
O movimento surgiu depois que juristas alertaram, em audiências públicas no Senado, para a possibilidade de o novo CPP neutralizar a Lei Maria da Penha. Segundo esses especialistas, algumas penas do projeto do novo código seriam mais brandas do que aquelas previstas na lei criada para proteger a mulher contra a violência doméstica.
O relator do projeto de lei que cria o novo código (PLS 156/09), senador Renato Casagrande (PSB-ES), compareceu à audiência e assegurou às mulheres presentes que a reforma a ser feita no CPP não vai prejudicar a Lei Maria da Penha. O parlamentar afirmou que serão acrescentados dispositivos ao novo código de forma a garantir proteção às mulheres vítimas da violência doméstica e punição aos agressores, como prevê a lei em vigor.
Em concordância com o relator, Serys afirmou que a comissão especial para elaboração do novo CPP "está sensível" às mulheres e que intenção é "aperfeiçoá-lo, jamais fazer um retrocesso".
A comitiva estará em Brasília até o fim da semana para uma série de encontros com autoridades governamentais, no âmbito dos três Poderes, em defesa da Lei Maria da Penha.