Adoção internacional com foco no perfil de idade das crianças adotadas. Foto: Gil Ferreira/ Agência CNJObra se tornou uma metodologia importante para o sucesso do processo de adoção internacional, que dura, em média, oito meses“Não acredito, essa história é igual a minha”, surpreendeu-se o menino Mateus*, de dez anos, ao ler o livro “As botas do menino anjo”, elaborado por funcionários da Vara de Infância e Juventude (VIJ) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que conta a história de um menino, que assim como ele, acaba de ser adotado por um casal de italianos.O livro infantil personalizado foi entregue à criança e aos seus pais como forma de recuperar e eternizar a história da criança até sua adoção, e se tornou uma metodologia importante para o sucesso do processo de adoção internacional, que dura, em média, oito meses. Entre 2008 e 2015, ocorreram 657 adoções de crianças do Cadastro Nacional de Adoção - gerido pela Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - , por pretendentes internacionais.Desde 1999 foram realizadas, no Distrito Federal, 32 adoções internacionais, sendo 22 delas por pais italianos, e as demais por pais franceses, norte-americanos, alemães e australianos. De acordo com Thaís Botelho Corrêa, secretária-executiva da Comissão Distrital Judiciária de Adoção (CDJA) da VIJ e autora dos livros personalizados, os estrangeiros que se habilitam para adotar crianças no país sabem que o perfil é de crianças mais velhas e de grupos de irmãos, ao contrário de países como a Rússia e a China, cujas crianças aptas para serem adotadas são quase sempre bebês e de raça branca. “Os italianos nos relatam que se identificam com a forma de educação brasileira, a festividade e a língua”, diz Thaís.A adoção internacional só ocorre quando não for possível encontrar uma família brasileira para determinada criança. Este foi o caso de Mateus, que por sofrer maus-tratos fugia de casa e foi parar em um abrigo aos cinco anos. Após uma tentativa frustrada de reintegração familiar com um tio, Mateus voltou a viver em um abrigo e não havia família disponível para ele no país. Em fevereiro deste ano, a VIJ encontrou uma família vinculada ao organismo italiano Associazione Internazionale Pro-Adozione (AIPA) com o perfil parecido com o do garoto. Em maio, pais e criança foram apresentados e passaram a se corresponder a distância com mensagens e fotos.Estágio de convivênciaOs pais chegaram ao Brasil em outubro, quando iniciaram o estágio de convivência, e a sentença de adoção foi proferida em 18 de novembro. Agora, o menino segue para viver em uma pequena cidade na região da Toscana, na Itália. Pouco antes da chegada dos pais, o menino recebeu o livrinho das mãos de Thaís e, surpreso, se reconheceu de imediato no protagonista da história. No livro, Thaís resgata de forma lúdica as dificuldades enfrentadas pelo menino, as pessoas com quem teve um envolvimento afetivo e seu desenvolvimento até a chegada de seus novos pais e a construção de sua família. De acordo com Thaís, um dos fatos mais emocionantes da história de Mateus é que a vinda de seus pais da Itália chegou a ser adiada por alguns meses devido a uma doença do pai. “Ficamos muito tensos, mas a família manteve contato intenso com o menino e o pai atribuiu a sua recuperação ao comprometimento em estar forte para conhecer o seu filho”, diz.O livro que conta a história de Mateus, elaborado por meio de uma parceria entre CDJA e o Núcleo de Editoração e Reprografia da Coordenadoria de Serviços Gráficos do TJDFT, já é o quarto impresso pela vara na tentativa de auxiliar os processos de adoção internacional. De acordo com Thaís, os processos em geral têm ótimo resultado e as crianças se adaptam à nova família e ao outro país. “A língua acaba sendo um facilitador, porque como no início eles não se entendem, isso acaba exigindo um alto grau de observação não apenas verbal, e os pais ficam atentos a mensagens não verbais que a criança está dando”, diz.Cadastro Nacional de AdoçãoUma das inovações do novo Cadastro Nacional de Adoção (CNA), implantado em março, é justamente a inclusão de pretendentes estrangeiros. Atualmente, existem 28 estrangeiros cadastrados no CNA.*Nome fictício para preservar a identidade da criança.Fonte: Luiza de Carvalho Fariello | Agência CNJ de Notícias
Encontro será realizado às 9 horas, na sede administrativa da entidadeO presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), juiz Gilmar Luiz Coelho, convoca todos os membros da Diretoria Executiva para reunião nesta segunda-feira (4/1), às 9 horas, na sede administrativa da entidade, no Jardim Goiás, em Goiânia. Em pauta, assuntos de interesse da magistratura.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO
Os dados da pesquisa deverão ser apresentados por setores da economia, por região geográfica e pelas causas dos litígiosA pesquisa também deverá apontar soluções para diminuir o volume de processos e evitar novos pleitosO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai financiar uma pesquisa que fará o levantamento dos trinta maiores litigantes em processos envolvendo a violação do Código de Defesa do Consumidor em trâmite na Justiça estadual. A pesquisa também deverá apontar soluções para diminuir o volume de processos e evitar novos pleitos.A iniciativa faz parte do projeto Justiça Pesquisa, que seleciona instituições públicas e privadas sem fins lucrativos para a realização de pesquisas sobre políticas e ações relativas ao Poder Judiciário no Brasil. O projeto está em sua segunda edição e apoiará este ano dez pesquisas, divididas em dois eixos temáticos: “Políticas Públicas do Poder Judiciário” e “Direitos e Garantias Fundamentais”. Cada um dos eixos contém cinco linhas temáticas, sendo uma delas a pesquisa “Maiores Litigantes nas Ações Consumeristas na Justiça Estadual – Mapeamento e Proposições”.Nos anos de 2010 a 2012, o Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) realizou levantamento sobre os 100 maiores litigantes da Justiça brasileira. A pesquisa indicou que o setor público, o setor bancário e o de telefonia representavam aproximadamente 35,5% do total de processos que ingressaram nas Justiças Federal e do Trabalho entre 1º de janeiro e 31 de outubro de 2011.Levando em conta esse diagnóstico, a pesquisa deve mapear os litigantes e as causas dos litígios para que seja possível traçar estratégias capazes de reduzir o número de processos em tramitação e prevenir a entrada de novas ações. Segundo o edital publicado pelo CNJ no início de outubro (Convocação nº 01/2015), a pesquisa deverá mapear os trinta maiores litigantes da Justiça Estadual na área consumerista, nos setores público e privado e no cômputo geral. Os dados deverão ser apresentados por setores da economia, por região geográfica e pelas causas dos litígios.As instituições interessadas tiveram até o dia 13 de novembro para encaminhar suas propostas de pesquisa e a documentação exigida. As propostas selecionadas serão divulgadas no dia 15 de janeiro do próximo ano e deverão ser executadas em até 12 meses após a data de assinatura do contrato.O edital exige que a pesquisa seja feita em ao menos seis unidades da federação, observando a representatividade das cinco regiões geográficas. As unidades da federação devem abarcar dois tribunais de grande porte, dois de médio porte e dois de pequeno porte, segundo a classificação adotada pela pesquisa Justiça em Números 2015. Os projetos deverão ser desenvolvidos sob a supervisão técnica do DPJ.Fonte: Tatiane Freire | Agência CNJ de Notícias
Alternativa da mediação serve, principalmente, para conflitos do dia a dia, como acidentes de carro, briga entre vizinhos ou familiares e relacionados a contratos imobiliáriosEntrou em vigor neste sábado (26) a Lei da Mediação, que pretende desafogar o Judiciário e resolver mais rapidamente os conflitos.A medida prevê a mediação extrajudicial, feita em um cartório, por exemplo, ou judicial, quando recomendada por um juiz.Os envolvidos podem participar da iniciativa mesmo que tenham ação em andamento na Justiça.Nesse caso, a tramitação do processo é suspensa e, se não tiver acordo, será retomada.De acordo com a oficial de registro substituta, Mariana Lima, a novidade é que a lei estabelece que qualquer pessoa com curso superior, em qualquer área, pode ser um mediador, desde que aceita pelas partes.Ela explica que a mediação serve, principalmente, para conflitos do dia a dia, como acidentes de carro, briga entre vizinhos ou familiares e relacionados a contratos imobiliários.De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, mais de 90 milhões de processos tramitam no Judiciário.Quando a norma foi aprovada pelo Congresso Nacional, o presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que as leis da mediação e da arbitragem ajudariam a desafogar as prateleiras da Justiça.Os dois métodos são diferentes: enquanto na mediação, um terceiro tenta facilitar a busca de um acordo, na arbitragem o árbitro, efetivamente, decide a questão.Fonte: Danyele Soares | Agência Brasil
Evento será realizado em Porto Seguro (BA), em 2016O juiz goiano e diretor de Comunicação da ASMEGO, André Reis Lacerda, integra o grupoA Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou, recentemente, a criação da Comissão Científica do VI Encontro Nacional dos Juízes Estaduais (Enaje), a realizar-se em novembro de 2016, em Porto Seguro, na Bahia.Na ocasião, também foram revelados os nomes dos integrantes da comissão. O juiz goiano, secretário - adjunto de Comunicação Institucional da AMB e diretor de Comunicação da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), André Reis Lacerda, está entre os membros do grupo. Relembre como foi a escolha da cidade sede para a sexta edição do encontro.Também fazem parte da Comissão Científica do evento as magistradas Mônica Elias de Lucca, assessora especial da Escola Nacional da Magistratura (ENM); Marielza Brandão Franco, presidente da Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB); e Carla Carneiro Teixeira Ceará, 2ª secretária da AMAB. O grupo é coordenado por Antônio Silveira Neto, assessor da Presidência da AMB.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO
Com profundo pesar, a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) informa o falecimento de Dorival de Castro, pai do desembargador Norival de Castro Santomé. O senhor Dorival de Castro faleceu neste domingo (27). O corpo está sendo velado na funerária Santa Luzia, na Cidade de Goiás. O sepultamento ocorre no fim desta tarde no cemitério local do município.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO
O questionamento contra a Lei de Direito de Resposta irá correr com rapidez no Supremo Tribunal Federal. O relator, ministro Dias Toffoli, decidiu fazer com que a Ação Direta de Inconstitucionalidade na qual a Associação Nacional de Jornais (ANJ) questiona dispositivos da Lei 13.188/2015 (Lei do Direito de Resposta) tramite em regime abreviado previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999.Segundo o relator, a decisão foi tomada por causa da relevância da matéria. Com isso, a ação será julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal diretamente no mérito, sem necessidade de análise do pedido de liminar.Devido à pertinência temática, o ministro também determinou o apensamento dos autos da ADI 5415 à ADI 5436, mais abrangente, para tramitação conjunta. O ministro salienta que, na ADI 5415, ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil, deferiu liminar para suspender o artigo 10 da Lei 13.188/2015 no sentido de afastar exigência de decisão colegiada para suspender direito de resposta.Na ADI 5436, a ANJ argumenta que a norma viola dispositivos constitucionais ao permitir publicação repetida de resposta quando isso já tiver ocorrido de forma espontânea (artigo 2º parágrafo 3º), além de representar cerceamento ao direito de defesa e de contraditório das empresas de comunicação, por colocar o autor da ação em vantagem processual (artigo 5º parágrafos 1º e 2º; e artigos 6º e 7º). Aponta, ainda, violação ao poder de cautela conferido aos juízes (artigo 10).Fonte: Conjur (com informações da Assessoria de Imprensa do STF)
As comissões permanentes de Acesso à Justiça e à Cidadania e a de Tecnologia da Informação e Infraestrutura do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) definiram os responsáveis por programas e ações desenvolvidos pelos colegiados. A redistribuição permite a continuidade de iniciativas realizadas pelo órgão voltadas para a democratização do acesso à Justiça e a garantia da tecnologia apropriada ao bom desempenho das atividades dos tribunais.De acordo com a nova composição, o programa “Movimento pela Conciliação”, na área da Justiça Estadual, ficará a cargo dos conselheiros Emmanoel Campelo (presidente da Comissão), Bruno Ronchetti e Luiz Allemand. Já na área da Justiça Federal, os temas relacionados à conciliação ficarão com os conselheiros Daldice Santana, Fernando Mattos e Luiz Allemand. Nas questões atinentes à Justiça Trabalhista, os responsáveis serão os conselheiros Emmanoel Campelo, Carlos Eduardo Dias, Gustavo Alkmim e Luiz Allemand.O Movimento pela Conciliação concentra os cursos de formação de instrutores, supervisores e prepostos em mediação judicial e conciliação, e de instrutores de oficinas de divórcio e parentalidade. Envolve também a Semana Nacional de Conciliação, o Prêmio Conciliar é Legal e eventos correlatos.Os projetos de resgate da cidadania das pessoas idosas e portadoras de deficiência, proteção dos direitos da criança e do adolescente e enfrentamento ao tráfico de pessoas e ao trabalho escravo, que integram o programa “Cidadania, Direito de Todos”, terão os conselheiros Lélio Bentes, Fernando Mattos, Gustavo Alkmim e Carlos Levenhagen à frente dos trabalhos.Quanto ao “Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar”, os conselheiros Daldice Santana, Arnaldo Hossepian e Fernando Mattos dividirão tarefas para garantir a efetividade da Lei Maria da Penha, mediante a realização de campanha de enfrentamento à violência doméstica e acompanhamento de pesquisa sobre esse tema.O programa “Advocacia Voluntária”, destinado à assistência judiciária, será encabeçado pelos conselheiros Carlos Levenhagen e Carlos Eduardo Dias. Já o “Movimento Permanente pelo Direito à Saúde”, que engloba o projeto Fórum da Saúde, terá os conselheiros Arnaldo Hossepian, Carlos Levenhagen e Luiz Allemand no comando da promoção do resgate da cidadania das pessoas moradoras de hospitais psiquiátricos e eventos relacionados à judicialização da saúde. O conselheiro Carlos Eduardo Dias será o interlocutor do convênio que trata de cooperação judiciária.TecnologiaNa Comissão de Tecnologia da Informação e Infraestrutura, o acompanhamento dos Sistemas JUD (Bacenjud, Infojud, Infoseg, Renajud e Serasajud) ficou a cargo dos conselheiros Bruno Ronchetti e Fernando Mattos. Já os conselheiros Carlos Eduardo Dias, Arnaldo Hossepian, Luiz Allemand e Carlos Levenhagen estão incumbidos de analisar os impactos do novo Código de Processo Civil (CPC) sobre o funcionamento do Processo Judicial Eletrônico (PJe).ComissõesO CNJ conta com seis comissões permanentes que, de acordo com o Regimento Interno do órgão, foram criadas para realizar o estudo de temas e o desenvolvimento de atividades específicas do interesse respectivo ou relacionadas com suas competências. Entre as suas atribuições estão: discutir e votar as proposições que lhes forem distribuídas; realizar audiências públicas com órgãos públicos, entidades da sociedade civil ou especialistas sobre temas correlatos; receber requerimentos e sugestões de qualquer pessoa sobre tema em estudo ou debate em seu âmbito de atuação; e estudar qualquer assunto compreendido no respectivo campo temático ou área de atividade, podendo propor, no âmbito das atribuições para as quais foram criadas, a realização de conferência, exposições, palestras ou seminários.Fonte: Andréa Mesquita | Agência CNJ de Notícias
Magistrados contarão com atendimento de plantão presencial e por telefone durante o período de recessoA Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) informa aos seus associados sobre o atendimento neste fim de ano. Confira como irá funcionar a sede administrativa:- 31/12 a 03/01 haverá atendimento de plantão apenas pelo telefone celular (62) 9980-2176;As unidades de lazer da entidade funcionarão normalmente. Caso haja necessidade de informações sobre reservas, os associados deverão entrar em contato por meio dos telefones: - Pousada São João Bosco, em Caldas Novas: (64) 3453-5656;- Pousada Desembargador Celso Fleury: (73) 32081162;- Casa dos Magistrados (62) 3996-6530;Em qualquer caso de emergência, o associado deve fazer uso do telefone celular (62) 9980-2176, para falar com o servidor Luciano Carvalho.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO
Pleito da ASMEGO e AMB, proposta visa a permitir a participação dos juízes de primeiro grau nas eleições da mesa diretora do Tribunal de Justiça de GoiásA Corte Especial do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) analisa, nesta quarta-feira (13), às 13 horas, o pedido da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), junto com a AMB, de alteração no regimento interno do TJ, permitindo a participação dos juízes de primeiro grau nas eleições da mesa diretora daquele órgão do Poder Judiciário.Durante a referida sessão, o presidente da ASMEGO, juiz Gilmar Luiz Coelho, fará sustentação oral. Magistrados de Goiânia e de comarcas do interior, segundo a viabilidade de cada um, estão convidados a acompanhar a associação nesse ato, que será decisivo para a democratização do Judiciário estadual.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO
Ministro do STF Dias ToffoliMinistro Toffoli deu seguimento a pedido para anular a tramitação e a votação da propostaO ministro Dias Toffoli recebeu inicial para dar seguimento a MS impetrado pelo deputado Federal Waldir Soares de Oliveira para anular a tramitação e a votação em primeiro turno da PEC dos Cartórios.A PEC 471/05 torna titulares os substitutos ou responsáveis por cartórios de notas ou de registro que estavam em atividade em 1988, quando a CF passou a exigir concurso público para assumir o serviço cartorial. A proposta foi aprovada em primeiro turno na Câmara em agosto deste ano.Segundo o deputado, a PEC seguiu tramitando mesmo após o CNJ enviar notas técnicas, em 2008, "esclarecendo que a PEC dos Cartórios [seria] inconstitucional". Aponta que, diferentemente do disposto na justificativa da proposta, o § 3º art. 236 da CF não permite a vacância de qualquer serventia, sem abertura de concurso público de provimento ou de remoção, por mais de seis meses, não possibilitando que situações temporárias de vacância se consolidem sem amparo legal definitivo.Argumenta ainda que a PEC, "ao trazer interesse casuístico de favorecimento pessoal a interinos, em condições ilegais e inconstitucionais, a partir da Emenda Constitucional pretendida, se configura direito impossível, agravado, ainda mais, pela pretensão de extirpar a segurança jurídica".Na decisão, o ministro Toffoli observou que a matéria tratada na PEC dos cartórios já foi objeto de "incontáveis precedentes [do Supremo], todos no sentido de ser absolutamente inconstitucional o ingresso sem concurso público, após a CF/88, nas delegações dos serviços extrajudiciais".Segundo o ministro, a jurisprudência foi construída a partir da ideia de que o concurso público confere isonomia no estabelecimento de vínculos com a administração pública. No caso da PEC, porém, a isonomia "parece patentemente violada"."De fato, o comando constitucional do art. 236 nunca deixou dúvidas acerca da obrigatoriedade do concurso público para a delegação das serventias extrajudiciais e, de igual modo, nunca houve dúvidas de que o concurso público é a representação máxima do princípio da igualdade no acesso aos cargos, empregos públicos e, ainda, às delegações de serventias extrajudiciais."Assim, o ministro considerou que a tramitação da PEC "parece revelar o intuito de esvaziar o entendimento desta Corte há muito sedimentado". Por isso, recebeu a inicial para dar seguimento à demanda do deputado, sem, contudo, conceder a medida liminar para suspender a tramitação.Processo relacionado: MS 33.866Confira a decisão.Fonte: Portal Migalhas
Reunião de diretores de área do TJGOModernização, informatização e celeridade são outros destaques no balanço das ações realizadas pela Diretoria-Geral do TJGO em 2015Consciente do momento de transformação voltado para uma gestão inovadora, a Diretoria-Geral do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) reuniu 11 diretores de área na última semana para uma avaliação técnica das principais ações estratégicas desenvolvidas em 2015, no primeiro ano de gestão do presidente do TJGO, desembargador Leobino Valente Chaves. Dentre o conjunto de iniciativas se destacam a priorização do 1º Grau de Jurisdição, o Processo Judicial Eletrônico (PJe) e a otimização das obras de construção e demais aquisições de produtos e serviços para a futura sede das Varas Cíveis da Comarca de Goiânia.Com foco na modernização administrativa e na busca de resultados que contribuam efetivamente para a celeridade e a qualidade da prestação jurisdicional, foram definidas ainda as prioridades para 2016. Segundo explica o diretor-geral do TJGO, Stenius Lacerda Bastos, a estrutura física e de pessoal do Poder Judiciário goiano agigantou-se muito nos últimos sete anos, resultando em maiores desafios e direcionamento de ações pela Diretoria-Geral do TJGO, que é a unidade administrativa ordenadora despesas, por delegação da Presidência. Composta por 11 Diretorias de Área e 109 unidades executivas, a DG totaliza uma força de trabalho integrada por 706 servidores diretos, além de gerenciar aproximadamente 4 mil colaboradores terceirizados.Conforme aponta Stenius Lacerda, está sob a responsabilidade da Diretoria a manutenção e infraestrutura de 155 prédios nas 127 comarcas do Judiciário goiano, que abrangem mais de 370 unidades judiciárias de primeiro grau e 52 de segundo grau, sendo gestora de mais de 180 contratos. “Diante desta estrutura e da realidade financeira e orçamentária adversa atualmente vivenciada pelo Poder Judiciário Goiano, nos caixas de Pessoal e FUNDESP, identificada no relatório da Equipe de Transição para os anos de 2015 e 2016, torna-se essencial a adoção de melhores técnicas administrativas de gestão na busca de alternativas que associem serviços de qualidade, alavancagem de investimentos no 1º grau de jurisdição e melhoria de dispêndios públicos”, destaca.A seu ver, uma das marcas deste primeiro ano de gestão do Desembargador Leobino Valente Chaves à frente da Presidência do TJGO foi motivar o capital humano do Tribunal goiano de forma a abraçar as mudanças necessárias para a construção de um novo Judiciário. “Não mais se admite uma Administração que não busque resultados eficientes, e no Poder Judiciário isso não pode ser diferente. É preciso conhecer os números, sim, mas é fundamental conhecer, de fato, a realidade que gera esses resultados. Queremos bater as metas de forma sinérgica e, quando não for possível, identificar e estudar os motivos e encontrar estratégias factíveis, razoáveis e proporcionais para solucionar os problemas”, afirmou o diretor-geral.De acordo com Stenius Lacerda, os "olhos da Diretoria-Geral" estão voltados fortemente para o 1º grau de jurisdição, o que tem sido pauta rotineira da Administração. "Para tanto, alocamos mais de 75% dos recursos financeiros e orçamentários para o 1º Grau, bem como investimos robustamente na aquisição de bens (mobiliários, veículos, equipamentos de informática, telefonia, etc) e serviços para segurança dos magistrados; deslocamos cargos e funções comissionados da área meio para as comarcas da capital e interior; autorizamos licitações e entregamos obras de construções, ampliações e reformas, além de aprovar o Plano Anual de Capacitação com maciça disponibilização de verbas para qualificação de servidores e magistrados", pontuou.Ainda, com o objetivo de conhecer melhor as principais necessidades das comarcas, o deslocamento sistemático aos fóruns do interior para contato direto com os magistrados e servidores, segundo o diretor-geral, possibilita, além do conhecimento prático das realidades locais, expor as diretrizes e ações da atual administração do TJGO, proporcionando uma experiência enriquecedora e produtiva.As principais propostas apresentadas e efetivamente concretizadas pela Diretoria Geral do TJGO neste ano englobam informatização, recursos humanos, priorização do 1º Grau de Jurisdição, investimento em capacitação e material humano, infraestrutura (licitações, reformas e inaugurações de fóruns, inclusive do novo Fórum Cível de Goiânia), dentre outros.Acompanhe algumas das principais ações desenvolvidas pela Diretoria-Geral do TJGO no primeiro ano de gestão sob a Presidência do desembargador Leobino Valente Chaves:Ações voltadas à priorização do 1º Grau de Jurisdição:Fórum Cível da Comarca de Goiânia: identificados e concebidos 47 procedimentos de aquisições de produtos e serviços, com a conclusão de mais de 72% em 2015; aperfeiçoamento cronograma físico-financeiro, que estava em descompasso, proporcionando a racionalização de importantes etapas da edificação sem incremento de valores; reserva de todos os recursos orçamentários e financeiros para aquisições dos equipamentos de informática, telecomunicações, mobiliário, serviços terceirizados, etc;Construção e entrega das novas sedes das Comarcas de Itajá e Varjão;Execução das reformas dos Fóruns das Comarcas de Abadiânia, Petrolina de Goiás, Anápolis, Buriti Alegre, Caldas Novas, Jataí, Luziânia, Paranaiguara, Juizados Especiais do Urias Magalhães e Jardim Novo Mundo, da Comarca de Goiânia;Edificação da obra da nova sede da Comarca de Taquaral;Autorização da reforma e ampliação dos Fóruns das Comarcas de Goianésia, Catalão e Cidade de Goiás;Licitação da ampliação e reforma geral das Comarcas de Goiatuba, Senador Canedo, Corumbá de Goiás e Formosa;Licitação da construção das novas sedes próprias dos Fóruns de Nazário e Firminópolis;Interiorização da atuação da Diretoria-Geral junto às comarcas do interior, com interlocução direta realizada nos Fóruns do Interior com mais de 80 Juízes de Direito;Lotação de 96% das nomeações de servidores efetivos exclusivamente para as Comarcas da Capital e do interior (mais de 300 convocados);Aquisição de 9 camionetes cabines dupla para segurança de Magistrados em situação de risco;Autorização para aquisição de pórticos; detectores de metal e controles de acesso para todas as Comarcas;Autorização para fornecimento de vigilância armada 24 horas para as comarcas do interior, independentemente da entrância e quantitativo populacional;Distribuição de mais de 50 veículos funcionais para as unidades judiciárias da capital e interior;Estruturação das equipes multidisciplinares, com disponibilização de estrutura própria, com ambientes físicos dotados de mobiliários, veículos e motoristas exclusivos;Realocação de cargos em comissão e funções por encargo de confiança da Área Meio para as comarcas do interior;Alocação de mais de 75% das reservas orçamentárias e despesas financeiras do orçamento do Poder Judiciário para o 1º Grau de Jurisdição;Incremento da estrutura do projeto da Justiça Ativa, com amplo apoio logístico, o que viabilizou a realização de 4.054 audiências e 4.313 sentenças;Incremento da estrutura do Programa Acelerar, com amplo apoio logístico, que viabilizou a realização de 12.053 audiências, 9.686 sentenças, 1.849 despachos, 543 decisões e 6.351 benefícios concedidos;Disponibilização de viaturas para a Justiça Móvel de Trânsito para o interior e celebração de convênios com os respectivos Poderes Executivos municipais;Contratação de segurança armada e desarmada para todos os Foros da Capital e Interior, num investimento superior a R$ 17 milhões ao ano;Aquisição e instalação de mais de 700 aparelhos de ar-condicionado em todo o interior e Capital;Fornecimento de café e açúcar a todas as Unidades Judiciárias;Disponibilização de 600 equipamentos de informática (computadores, impressoras, scanners, multifuncionais, dentre outros) para unidades de todo o Estado de Goiás;Contratação de empresa para prestação de rastreamento, localização e monitoramento da frota de veículos;Contratação de empresa para fornecimento de água mineral a todas as comarcas do Estado;Implementação do fluxo contínuo de fornecimento de materiais de expediente e consumo para as comarcas do interior, a fim de manter supridas incessantemente as 155 edificações deste Poder;Distribuição de 22.416 mobiliários, em reestruturação de mais de 500 ambientes do 1º Grau de Jurisdição, além de unidade administrativa e do 2º Grau de Jurisdição;Contratação de empresa especializada para fornecimento de mão de obra terceirizada para prestação de serviços de mais de 100 Office-boy contínuo e chapa carregador para a Comarca de Goiânia;Autorização para licitação visando a aquisição de Grupo Moto Gerador (GMC) e No-break para as Comarcas de Santa Cruz de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Turvânia, Cocalzinho, Cavalcante, Flores de Goiás, Quirinópolis, Niquelândia, Abadiânia, Acreúna, Alexânia, Ceres, Cidade Ocidental, Itapaci, Itapuranga, Paraúna, Planaltina e Posse;Autorização para licitação visando a construção de estacionamento coberto para os estacionamentos das Comarcas de Israelândia, Itaguaru, Paraúna, Jandaia, Leopoldo de Bulhões, Nova Crixás, Santa Terezinha de Goiás, Uruana, Araçu, Aruanã, Barro Alto, Cachoeira Alta, Cachoeira Dourada, Campinorte, Carmo do Rio Verde, Cocalzinho, Corumbaíba, Cromínia, Cumari, Estrela do Norte, Fazenda Nova, Formoso, Goiandira, Iaciara, Maurilândia, Montes Claros de Goiás, Motividiu, Mossâmedes, Panamá, Pontalina, Urutaí, Ipameri, Abadiânia e Acreúna.Ações na área de recursos humanos:Elaboração do Projeto de Lei da Data Base dos servidores, que resultou na edição da Lei nº 19.120/2015;Elevação do valor referente ao Auxilio Alimentação efetivado por meio da Resolução TJGO nº 36/2015;Instituição do Auxílio Creche, com projeto de lei devidamente aprovado pela Corte Especial;Quitação de todas as diferenças salariais dos servidores que estavam pendentes em folha de pagamento;Concessão de Bolsas de Estudo com pagamentos de cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado para mais de 100 servidores;Aprovação do Plano Anual de Cursos e Capacitação para magistrados e servidores, num investimento superior a 4 milhões ao ano;Investimento de mais de R$ 1.600.000,00 no aperfeiçoamento na qualificação de servidores e magistrados, com autorização de mais de 2.800 cursos, representando 120.000 horas/aula de capacitação;Apresentação de proposta de incremento no quadro efetivo de pessoal que resultou na nomeação de 320 servidores aprovados em concurso, sendo 96% para o primeiro grau;Antecipação de parcelas de diferenças vencimentais de magistrados;Realização do recadastramento geral de servidores, magistrados e terceirizados;Proposta à Presidência do TJGO de 19 linhas de atuação administrativo-financeira visando reestruturar a área meio do TJGO e buscar o reequilíbrio orçamentário do caixa de pessoal, mantendo a priorização do o 1º Grau de Jurisdição;Ampliação em mais de 40% do número de estagiários para as Comarcas da Capital e Interior;Alocação de toda a estrutura física, humana e orçamentária à Escola Judicial do Poder Judiciário Goiano - EJUG;Ações direcionadas para a informatização:Concepção do Processo Eletrônico de Compras, que possibilitou agilidade e efetivo controle dos processos de aquisição de produtos e serviços;Disponibilização de smartphones aos Diretores de Foro com pacote de dados para acesso à internet;Aquisição de equipamentos para a implantação de redes sem fio (wireless) nas 127 Comarcas do Estado;Contratação de serviços de transmissão de dados de internet para dobrar, no mínimo, a capacidade de tráfego de dados (banda larga) em todas as Comarcas do Estado;Desenvolvimento de aplicativo (app) para a plataforma de smartphones para consulta de processos judiciais de forma interativa;Ações na área de desenvolvimento institucional:Início da implantação do Processo Judicial Eletrônico do Poder Judiciário do Estado de Goiás, com início do cronograma na 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual da Comarca de Goiânia;Contratação de empresa especializada em digitalização dos processos judiciais para todo o acervo da Comarca de Goiânia;Implantação de sistema de gravação de audiências e sessões (DSR) em todas as Unidades Judiciárias de 1º grau (capital e interior);Reestruturação física; de equipamentos; ativos de informática e mobiliários de todas as Câmaras e Seções do Tribunal;Alteração no valor das diárias, representando reajuste de 54%, favorecendo principalmente os projetos de mutirão implementados no 1º Grau de Jurisdição;Alteração do valor da ajuda de custo, representando reajuste de 68%, favorecendo principalmente os projetos de mutirão implementados no 1º Grau de Jurisdição;Aquisição de Biblioteca Digital com farto material bibliográfico jurídico e administrativo para acesso local de magistrados e servidores de todas as Unidades Judiciais do 1º e 2º Grau de Jurisdição, além de unidades administrativas;Profissionalização da mídia institucional externa com autorização para licitação visando contratar empresa especializada em marketing e comunicação;Reversão da linha de tendência de déficit fiscal do FUNDESP para 2017, identificada no relatório de transição, para superávit fiscal em ascendência.Fonte: Centro de Comunicação Social do TJGO
Foto: DivulgaçãoIntenção era destruir provas contra um deles, condenado por roubo a banco e associação criminosaOs irmãos Vanelson Soares Rocha Júnior e Zaine Martins Rocha, Gabriel Gomes da Silva e Vitor Costa foram presos em cumprimento a mandado de prisão, suspeitos de serem os autores do incêndio ocorrido na madrugada do dia 26 de novembro na escrivania da 13ª Vara Criminal de Goiânia, no Fórum do Setor Oeste, responsável pelo julgamento em fase de Júri dos crimes dolosos contra a vida. O fogo atingiu também a sala da Procuradoria-Geral do Município de Goiânia.De acordo com a Polícia Civil, Vanelson, Zaine e Gabriel agiram a pedido de Vitor Costa, companheiro de Zaine. Ele havia sido preso e autuado em flagrante cinco dias antes pelos crimes de associação criminosa responsável por ataques a institutições financeiras e porte ilegal de armas. O incêndio teria o objetivo de destruir provas contra ele no processo.Vanelson Zaine e Gabriel foram presos dia 14 de dezembro, quando a Polícia Civil cumpriu os mandados de busca e apreensão e as prisões temporárias que já foram convertidas em prisões preventivas. Já foi decretada e cumprida posteriormente a prisão preventiva de Vitor Costa.Todos foram indiciados por associação criminosa, incêndio doloso majorado e supressão de documento público.Fonte: Rosana Melo | Jornal O Popular
Nota publicada no jornal O Popular desta terça, 22Juiz André Reis Lacerda discute os critérios de avaliação de magistrados no Brasil, considerando a enorme complexidade da estrutura judicial no PaísFoi destaque da coluna Direito e Justiça, do jornal O Popular, na edição desta terça-feira (22), a publicação do artigo do diretor de Comunicação da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), juiz André Reis Lacerda, na revista portuguesa Boletim Informação e Debate. Em seu artigo intitulado Critérios para avaliação de magistrados no Brasil, André Lacerda discute os critérios de avaliação de magistrados no Brasil, considerando a enorme complexidade da estrutura judicial no País.No texto, o magistrado analisa duas classes gerais de critérios de avaliação. A primeira trata-se da da avaliação objetiva da produtividade, conforme teor da redação do art. 6º da Resolução nº 106/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em que são considerados os atos praticados pelos magistrados no exercício direto da profissão. Ao passo que, a segunda verifica aos critérios gerais a se permitir que magistrados concorram a vagas de promoção e/ou remoção por merecimento, levando em consideração o que versa o art. 3º da Resolução.Leia a íntegra do artigo aqui.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO (com informações do O Popular)
O magistrado falou sobre metas e prioridades da próxima gestão da associaçãoO presidente eleito da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), juiz Wilton Müller Salomão, concedeu entrevista ao programa Agenda Judiciária, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), para falar sobre as metas e prioridades da próxima gestão. A posse da nova diretoria e dos membros do Conselho Deliberativo da ASMEGO ocorre no dia 31 de janeiro, às 19h30, na sede da entidade.Wilton Müller citou a maior participação dos associados na gestão da associação como uma de suas prioridades nos próximos dois anos. Para tanto, a ASMEGO, disse, terá ainda maior proximidade com os magistrados, por exemplo, por meio das comissões regionais. Outra providência que vai ao encontro desse objetivo é a implementação das assembleias virtuais. "Isso permitirá ao associado participar das decisões da entidade esteja ele onde estiver", declarou.Segundo informou o presidente eleito, já em janeiro uma comissão de transição, que será instalada pelo atual presidente, juiz Gilmar Luiz Coelho, iniciará os trabalhos na ASMEGO visando maior agilidade e êxito dos primeiros atos de gestão.O programa com a entrevista do presidente eleito da ASMEGO vai ao ar no mês de janeiro.Fonte: Assessoria de Comunicação da ASMEGO
Ministro Ricardo Lewandowski durante palestra proferida no 22º Congresso Brasileiro de Magistrados, realizado pela AMB e ASMEGO em Rio Quente. Foto: Luciana LombardiMagistrado, que é presidente do Conselho Nacional de Justiça, faz retrospectiva das ações da instituição realizadas em 2015O Conselho Nacional de Justiça completa uma década de existência. Neste ponto de inflexão, a sua história pode ser divisada e descrita sob diferentes perspectivas.Neste artigo, todavia, não almejo proceder à narrativa dos fatos que deram origem a criação do Conselho e que levaram à aprovação da Emenda Constitucional 45/2004 ou, ainda, relembrar feitos do órgão nesses últimos dez anos, os quais, indubitavelmente, promoveram importantes avanços institucionais no Judiciário.O quadro retrospectivo da atuação do CNJ vem sendo analisado por estudiosos do Direito e da Administração da Justiça, e ainda o serão por cientistas sociais e historiadores. Neste momento, creio que será mais proveitoso examinar as ações que presentemente leva a efeito, e que balizarão a sua atuação futura.Planejamento estratégicoO Conselho Nacional de Justiça é um órgão bastante heterogêneo, composto por integrantes dos diversos segmentos do Judiciário, do Ministério Público, além de representantes da advocacia e da sociedade civil. Conta, outrossim, com a presença do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e do procurador-geral da República. Nesse ambiente democrático e plural é que são discutidas e elaboradas as diretrizes estratégicas cujo escopo é coordenação institucional do Judiciário e conferir um mínimo de harmonia e unidade à atuação da magistratura nacional.Com essa convicção, ao assumir a Presidência do CNJ, defini 12 diretrizes programáticas de gestão. Elas traduzem o aprofundamento de seu papel como órgão de planejamento estratégico, sem prejuízo do controle disciplinar dos juízes, a cargo de uma Corregedoria Nacional de Justiça prestigiada e independente.Entre tais diretrizes, instituídas pela Portaria CNJ 16/2015, permito-me destacar aquelas que reputo mais importantes: impulsionar o uso de meios eletrônicos para a tomada de decisões; desestimular os processos de índole temerária ou protelatória; promover a comunicação e o compartilhamento de informações entre os diversos órgãos judicantes; aperfeiçoar os filtros da repercussão geral e dos recursos repetitivos; incentivar a desjudicialização mediante a adoção de formas alternativas de solução de conflitos; incrementar a justiça restaurativa; propor a edição de atos normativos que favoreçam a celeridade processual, o aperfeiçoamento a jurisdição e a melhoria das condições de trabalho dos magistrados; desenvolver políticas para o sistema penitenciário e socioeducativo, tendo como norte a efetivação dos direitos dos presos; combater a cultura do encarceramento desnecessário, em especial levando em conta o número excessivo de prisões provisórias; e, por fim, envidar esforços para a permanente valorização dos magistrados e dos servidores do Judiciário.Além das diretrizes da gestão, estamos dando especial ênfase ao planejamento estratégico. Organizamos, em novembro de 2014, em Florianópolis, o frutífero 8º Encontro Nacional do Poder Judiciário, que reuniu representantes de todos os tribunais, da advocacia e das associações, no qual foram fixadas, de forma consensual e participativa, além de outras metas, a priorização do julgamento das ações mais antigas, dos processos relativos à corrução e improbidade administrativa e dos feitos que apresentem caráter coletivo. Além disso, decidimos estimular a conciliação, a mediação e a arbitragem, para acelerar a solução dos mais de 100 milhões de processos em trâmite no Brasil.Na primeira reunião preparatória para o 9º Encontro Nacional do Poder Judiciário, edição de 2015, propusemos ainda o diálogo sobre temas estratégicos para impulsionar a análise e solução de problemas recorrentes. Foram abordadas a repercussão geral, os recursos repetitivos, as demandas coletivas; a desjudicialização e a justiça restaurativa; o combate à cultura de encarceramento desnecessário; o processo judicial eletrônico; e foram feitas reflexões sobre o novo Código de Processo Civil. O encontro, em novembro deste anos, refletiu, em razão de seu êxito, essa intensa preparação da qual participaram tribunais, juízes e servidores de todo o país.Buscando proporcionar dados mais precisos para implementar uma melhor gestão dos problemas que afetam a magistratura brasileira, o CNJ aperfeiçoou a Resolução 76/2009, introduzindo modificações substantivas nos indicadores do Sistema de Estatísticas do Poder Judiciário (SIESPJ), expostos no Relatório Justiça em Números.Entre as principais inovações introduzidas na mencionada resolução, foram acrescidos os seguintes indicadores: tempo de duração dos processos; índices de conciliação; números de ações sobrestadas ou suspensas em razão da incidência da repercussão geral e dos recursos repetitivos; taxa de congestionamento líquida (na qual se desconta os processos suspensos ou em arquivo provisório); dados sobre acesso à Justiça, entre outros.Processo judicial eletrônico e avanços tecnológicosA implantação do processo judicial eletrônico (PJe) em todos os tribunais do país é uma das metas prioritárias do Conselho Nacional de Justiça. Ocorre que, diante da grande diversidade de usuários e dos enormes desafios técnicos a ser enfrentados, a implantação vem sendo feita de forma gradativa.Estabelecemos um novo modelo para o desenvolvimento do sistema, que se baseia em uma construção coletiva. Funda-se no diálogo com todos aqueles que fazem ou farão uso do processo eletrônico, o que inclui juízes, advogados, membros do Ministério Público. O modelo também busca implementar as melhores práticas de acessibilidade, ensejando, por exemplo, que pessoas com deficiência visual possam utilizá-lo sem maiores dificuldades.De acordo com o último levantamento feito pelo Departamento de Tecnologia da Informação do CNJ, a Justiça brasileira já tem 5,274 milhões de ações tramitando no Processo Judicial Eletrônico (PJe), abrangendo cerca de 2,3 mil órgãos judicantes.A Justiça do Trabalho é a maior usuária do sistema, com mais de 3,5 milhões de feitos processados, envolvendo 1,2 mil julgadores. Na Justiça Estadual, o PJe está implantado em 16 tribunais, com cerca de 1 milhão de processos tramitando por esse meio. O principal operador estadual do sistema é o Tribunal de Justiça de Pernambuco, que o adotou em março de 2011. Atualmente, o TJ-PE processa quase 360,3 mil feitos em 185 órgãos judicantes. Outros três tribunais de Justiça planejam migrar para o PJe ainda em 2015.Na Justiça Federal, o PJe está funcionando no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região e no Conselho da Justiça Federal (CJF), com destaque para as atividades da Turma Nacional de Uniformização. Em 2015, há previsão de implantação do sistema no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O PJe também começa a ser utilizado pelos juízes castrenses, a começar pelos Tribunais de Justiça Militar de Minas Gerais e de São Paulo. E, no âmbito dos Tribunais Superiores, o sistema será implantado em 2015 no Tribunal Superior Eleitoral e no Superior Tribunal Militar.A principal iniciativa para a inclusão dos advogados no sistema é o projeto “Escritório Digital”, concebido pelo CNJ com o apoio do Conselho Federal da OAB. Cuida-se de uma plataforma que permite aos advogados o acesso aos diversos sistemas eletrônicos de gestão de processos, empregados pelos distintos tribunais.O Escritório Digital utiliza o Modelo Nacional de Interoperabilidade, uma ferramenta instituída pelo CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Constitui um protocolo único de comunicação entre os vários sistemas eletrônicos que ainda convivem no Brasil, facilitando o trabalho dos profissionais que atuam em diferentes tribunais enquanto o PJe não estiver completamente implantado em todo o Brasil.O CNJ lançará ainda importantes projetos no âmbito da tecnologia da informação, com o objetivo de aprimorar e agilizar os serviços judiciários. Destaco o sistema de gravação audiovisual de audiências e o sistema nacional de videoconferências. Ambos têm como foco facilitar o trabalho dos juízes de primeiro grau, responsáveis pelo contato inicial com os jurisdicionados.O caminho traçado foi o de oferecer novos instrumentos de trabalhos aos magistrados que permitirão tornar mais simples e rápidas as audiências, sobretudo quando envolvam partes ou testemunhas que devam ser ouvidas à distância. Estima-se que haverá sensível redução no tempo de duração das audiências e, por consequência, uma prestação jurisdicional mais célere.Política judiciária criminalO Brasil, lamentavelmente, é o quarto país com a maior população carcerária, com cerca de 600 mil presos, ocupando essa embaraçosa posição logo depois dos Estados Unidos, China e Rússia. Desses detentos, cerca de 40% são presos provisórios. O Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socieoduvativas (DMF), órgão de monitoramento dos estabelecimentos prisionais do CNJ, vem trabalhando em vários projetos para modificar tal situação, os quais giram em torno de dois eixos principais: o primeiro é o combate à “cultura do encarceramento”; o outro corresponde ao reconhecimento e à efetivação dos direitos dos encarcerados.Como expressão do primeiro eixo de atuação, estabelecemos o inovador projeto intitulado Audiências de Custódia, destinado a aprimorar as decisões sobre a conversão de prisões em flagrante em preventivas ou, alternativamente, em liberdade provisória, mediante condições. Com isso pretendemos instituir um filtro mais eficaz já na porta de entrada do sistema prisional. Entendemos que só devem permanecer detidos os presos que ofereçam perigo para a sociedade. Aqueles que são acusados de delitos de menor potencial ofensivo, praticados sem violência ou grave ameaça, podem responder aos respectivos processos criminais em liberdade.Elas consistem, basicamente, na apresentação de uma pessoa presa a um juiz no prazo de 24 horas. Essa providência – aliás, prevista no Pacto de San José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário desde 1992 – traz como bônus a possibilidade de se garantir, de maneira mais eficaz, a integridade física do preso contra a eventual prática de torturas ou maus tratos antes de sua apresentação ao magistrado.O lançamento do projeto Audiências de Custódia se deu em São Paulo, em fevereiro de 2015. Na ocasião, anunciamos a intenção de levar o projeto a outros estados. As articulações até agora realizadas permitem antever que as audiências de custódia serão uma realidade concreta em todos os tribunais do País até o final deste ano, já tendo sido implantadas, em caráter experimental nas 27 unidades da Federação.Tendo em conta a amplitude do projeto, em abril de 2015, o Conselho Nacional de Justiça, o Ministério da Justiça e o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) assinaram três acordos com o objetivo incentivar a difusão das audiências de custódia em todo o território nacional, disseminando a ideia da aplicação de alternativas à prisão, além de promover a elaboração de diretrizes e incentivos para a política de monitoração eletrônica.O primeiro acordo de cooperação técnica celebrado, mediante o Termo 007/2015, estabelece a conjugação de esforços entre os signatários visando à implantação das Audiências de Custódia nos diversos entes federados. O acordo prevê apoio técnico e financeiro aos estados para a implantação de Centrais de Monitoração Eletrônica e de Centrais Integradas de Alternativas Penais, por meio de repasses feitos pelo Ministério da Justiça.O objetivo do segundo ajuste, firmado por meio do Termo 006/2015 é ampliar a utilização de medidas alternativas à prisão com enfoque na justiça restaurativa, em substituição às medidas que impõem privação de liberdade. As medidas alternativas, quando adequadas, podem ser aplicadas pelos juízes em substituição à prisão preventiva, ocasião em que são impostas as medidas também denominadas de “cautelares”, que são as medidas introduzidas no artigo 319 do Código de Processo Penal pela Lei 12.403/2011, como uso de tornozeleiras, recolhimento domiciliar à noite, proibição de sair da comarca ou deixar de frequentar certos lugares.O terceiro ajuste, formalizado mediante o Termo 005/2015, tem por objetivo tornar viável a política de monitoração eletrônica. Segundo informações do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen), o monitoramento eletrônico é usado hoje em 18 estados, principalmente na execução de penas alternativas à prisão ou como medida cautelar antes da sentença condenatória. O acordo busca incentivar o uso das tornozeleiras em duas situações específicas: no acompanhamento de acusados de qualquer crime, quando não presentes os requisitos para decretação da prisão preventiva, e no monitoramento de medidas protetivas de urgência aplicadas a acusados de crime que envolva violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos, enfermos ou pessoas com deficiência.Além desses dois projetos, cogitamos do Sistema Eletrônico de Execução Unificado, desenvolvido a partir de experiência exitosa e com o apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, com o objetivo de permitir o acompanhamento permanente, rápido e efetivo de todas as informações e intercorrências relativas ao cumprimento das penas, propiciando alertas eletrônicos que permitam aos juízes responsáveis por sua execução a imediata análise de eventuais direitos dos detentos, especialmente à progressão de regime ou à liberdade condicional.Direitos humanos e cidadaniaNesse domínio, criamos recentemente o projeto Cidadania nos Presídios, que consiste em um novo modelo de gestão dos benefícios prisionais, focado na otimização de atos e decisões processuais concernentes aos detentos. Essa iniciativa é complementada pela reestruturação dos programas destinados à integração social do egresso, de modo a emprestar maior qualidade à porta de saída do sistema prisional.O projeto será desenvolvido segundo uma metodologia diferente do modelo anterior, a meu ver já esgotado, dos “mutirões carcerários”, os quais estavam focados apenas na avaliação dos processos de execução dos presos. Ademais, eram implementados de forma esporádica e assistemática, e nem sempre contavam com um engajamento maior das autoridades locais. A maior lacuna é que não previam o acompanhamento dos egressos, ou seja, o seu acompanhamento na fase em que reingressam na sociedade.O novo sistema diferencia-se do anterior por ter um caráter permanente e por buscar resultados mais abrangentes, sobretudo criando uma cultura de diálogo entre os vários atores do sistema de justiça criminal, visando a tornar realidade a reinserção do preso na sociedade, que é o fim último da pena, hoje um objetivo meramente teórico.Pretende-se explorar vários vetores: aproveitar o potencial dos decretos de indulto; incentivar a realização de avaliações permanentes dos problemas carcerários com a formulação de soluções adequadas, incorporando-as ao dia a dia dos tribunais; fortalecer as estruturas locais, com a reorganização dos grupos de monitoramento existentes, sob a coordenação do DMF; instituir rotinas procedimentais e criar de ferramentas eletrônicas para racionalizar o gerenciamento do sistema prisional por magistrados e servidores; estimular a prática de audiências por videoconferência; estabelecer a observância do chamado “princípio da capacidade prisional taxativa”, como forma de alcançar um equilíbrio entre o número de presos que ingressam no sistema e o de vagas existentes no sistema prisional; capacitar juízes e servidores para lidarem melhor com os problemas carcerários; por derradeiro, promover articulações com agentes e organizações sociais com vistas à reinserir o egresso na comunidade, proporcionando-lhe a oportunidade de capacitar-se profissionalmente, conseguir um emprego e reconstruir a sua vida familiar.Além desse projeto, o CNJ está prestes a lançar um ambicioso programa, de cunho humanitário, que compreende a implantação de um conjunto sistemático de ações destinadas à valorização da dignidade da pessoa humana no ambiente prisional, sobretudo com a adoção de medidas que visam a melhoria da saúde física e mental dos detentos.Entre outras ações relacionadas a direitos humanos e cidadania, assinei, na autoridade de Presidente do CNJ, uma Carta de Intenções com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) voltada para a capacitação de juízes e servidores na área de atuação daquele organismo internacional. Um dos objetivos do protocolo firmado é divulgar, entre os magistrados brasileiros, a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, bem como as decisões e os debates travados no âmbito da comissão.Além disso, em 2015, o CNJ publicou alguns atos que regulamentam a reserva de no mínimo 20% das vagas ofertadas em concursos de servidores e juízes para candidatos negros. Tais normas têm como base a decisão do STF sobre cotas raciais e a Lei 12.990, de 9 de junho de 2014. Trata-se de um esforço para tornar o Judiciário mais permeável a um grupo social que representa mais de 50% da população brasileira.Desjudicialização e justiça restaurativaO CNJ está apostando firmemente nos institutos da mediação e da conciliação. Em sua 9ª edição, a Semana Nacional de Conciliação fechou mais de 150 mil acordos e movimentou cerca de R$ 1 bilhão em valores homologados. Entre 24 e 28 de novembro de 2014, quase 700 mil pessoas foram atendidas em mais de 283 mil audiências espalhadas pelos 46 tribunais que aderiram ao mutirão. Em todo o país, participaram mais de 17 mil pessoas, entre magistrados, juízes leigos, conciliadores, servidores e colaboradores.Esse trabalho agora ganhará força e se tornará permanente com as inovações trazidas pelo novo Código de Processo Civil, que prestigia essa formas de resolução de conflitos. Também estamos investindo em outras métodos alternativos de solução de controvérsias, como a mediação. No campo criminal e no âmbito familiar incentivamos a “Justiça Restaurativa”, que privilegia o amparo às vítimas de ilícitos e a restauração, tanto quanto possível, do estado anterior ao rompimento da ordem jurídica. Esse enfoque representa outra vertente promissora, sobretudo no que concerne à pacificação social.Combate ao nepotismo nos fóruns e tribunaisUma das inovações mais relevantes na seara da moralização das práticas forenses foi a aprovação, pelo Plenário do CNJ, da Resolução 200/2015, destinada a impedir a atuação de magistrados em processos patrocinados por advogados que sejam seus parentes consanguíneos ou afins, ainda que atuem de forma oculta, sem procuração nos autos, antecipando-se à vigência do novo CPC.Política socioambientalRecentemente, o CNJ aprovou a Resolução 201/2015, que tem por foco a gestão socioambiental pelos órgãos do Judiciário. Pretende a criação de estruturas, plano de logística sustentável e ainda estimular a reflexão e a mudança dos padrões de compra, consumo e gestão de documentos e outros materiais empregados pelo Judiciário.Atenção prioritária ao primeiro grauEm dezembro de 2014, criamos o Comitê Gestor da Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição ao nomear os integrantes do grupo e formalizar suas atribuições, por meio da Portaria 295/2014. A política, instituída pela Resolução 194/2014, tem como escopo aprimorar o relevante serviço prestado pelos magistrados de primeira instância, atualmente sobrecarregados pelo excesso de ações e pelo permanente déficit de pessoal, sobretudo melhorando suas condições de trabalho.Com a atuação do Comitê, em maio de 2015, foi realizada a 1ª Reunião da Rede de Priorização do Primeiro Grau, que ocorreu em conjunto com a 1ª Reunião Preparatória para o 9º Encontro Nacional do Poder Judiciário. O encontro visou ao compartilhamento de experiências dos juízes e ao diálogo sobre as medidas para a implementação da política de priorização. Em continuidade, o CNJ elabora metodologias de apoio aos magistrados da primeira instância, além de promover um diálogo permanente com essa categoria historicamente relegada ao abandono.Observância da jurisprudência e celeridade processualRecentemente, por meio da Portaria 191/2015, foi criado o Conselho da Presidência do CNJ destinado a estabelecer canais de comunicação no Judiciário brasileiro para difundir a jurisprudência dos tribunais superiores, em especial a do STF. O principal objetivo da medida é contribuir para uma maior celeridade na tramitação processual, já que os julgadores de instâncias inferiores poderão solucionar os respectivos processos mais celeremente com base na jurisprudência já pacificada das cortes superiores. Ademais, a medida contribuirá para desestimular a interposição de recursos fadados ao insucesso perante o Supremo, o STJ e demais tribunais situados em Brasília.Gestão de precatóriosO CNJ, em parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo, realizou, em fevereiro de 2015, o II Encontro Nacional dos Precatórios. O objetivo da reunião foi discutir com os Comitês Estaduais de Precatórios soluções para o pagamento das dívidas do setor público, já reconhecidas pela Justiça. A primeira providência foi quantificar o montante desse débito. E, segundo o último levantamento feito pelo CNJ, a dívida total da União, Estados e Municípios com precatórios, até junho de 2014, correspondia a R$ 97,3 bilhões.Política judiciária de saúdeO CNJ promoveu, em maio de 2015, na cidade de São Paulo, a II Jornada de Direito da Saúde para difundir as boas práticas adotadas pelos tribunais brasileiros em resposta ao fenômeno da “judicialização” do setor, da qual participaram magistrados, membros do Ministério Público, profissionais, gestores e acadêmicos. Nesse encontro foram discutidos e aprovados enunciados para apoiar os magistrados na tomada de decisões sobre o tema, evitando decisões que podem causar danos ao sistema público e privado de saúde, evidentemente, sem afetar os direitos fundamentais dos jurisdicionados nesse âmbito.Em agosto de 2015, considerando a diretriz estratégica aprovada no VIII Encontro Nacional do Poder Judiciário, aplicável a todos os órgãos do Poder Judiciário, de zelar pelas condições de saúde de magistrados e servidores, com vistas ao bem-estar e à qualidade de vida no trabalho, foi aprovada ainda a Política de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário.A referida política define princípios, diretrizes, estratégias e parâmetros para a implementação de programas, projetos e ações institucionais voltados à promoção e à preservação da saúde física e mental de magistrados e servidores. Além disso, provê orientações para coordenação e integração das ações em saúde e institui a Rede de Atenção à Saúde, priorizando-se o compartilhamento de experiências e a uniformização de critérios, procedimentos e prontuários, respeitadas as peculiaridades locais.Perspectivas de futuroHá uma década, as demandas que exigiam a atuação do Conselho eram diferentes das atuais. Ao verificarmos os objetos das resoluções, por exemplo, é possível constatar diferentes focos na atuação do Conselho ao longo do tempo. Nota-se a transição gradual de uma atuação dirigida à “organização e controle” para uma nova governança da Justiça, que se fundamenta em “planejamento estratégico e gestão de políticas judiciárias”. Esse novo paradigma não implicou, no entanto, em redução da atividade de fiscalização e correição, porquanto o CNJ conta com o trabalho de uma Corregedoria Nacional diligente, além da atuação do Plenário.A evolução dos papéis do CNJ, a meu ver, resulta de um processo natural de aquisição de maturidade institucional, em que os avanços da fase antecedente oportunizaram condições para uma atuação mais empreendedora de administração da Justiça brasileira.Nesse contexto, ganham espaço as discussões em torno da governança, da coordenação do planejamento estratégico e da implementação de políticas judiciárias e das formas de participação democrática. Sob essa perspectiva, as redes de governança e os conselhos consultivos assumem papel primordial para assegurar o diálogo e a gestão participativa, valores fundamentais da gestão pública contemporânea, que não podem faltar à administração da justiça.Assim, em março de 2015, criamos dois conselhos consultivos: um formado pelos tribunais de Justiça e outro pelas associações de juízes de âmbito nacional, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).A decisão de criar o primeiro conselho consultivo, da Justiça Estadual, pretende assegurar que a atuação do Conselho Nacional de Justiça em relação a este segmento de Justiça seja consentânea com os anseios dos que nele labutam. O segundo conselho, por sua vez, tem por papel auxiliar a Presidência do CNJ nas tomadas de decisões mais sensíveis que digam respeito à magistratura brasileira.Para assegurar o foco precípuo como órgão de planejamento estratégico do Judiciário Nacional, entendo que o CNJ não deveria debruçar-se sobre questões individuais, salvo no que concerne a processos disciplinares. Por essa razão anunciamos, na 202ª Sessão Ordinária do CNJ, que está em estudo a inclusão, em seu Regimento Interno, de uma cláusula que permita que o Conselho negue seguimento a matérias que não apresentem interesse geral.Com essa medida, acreditamos, será possível abrir um novo horizonte de atuação para o CNJ, para que se concentre em políticas, programas e projetos que promovam novos avanços institucionais na Administração da Justiça, com resultados efetivos para a sociedade.O futuro do Conselho Nacional de Justiça, a meu ver, tem por palavras de ordem “planejamento estratégico”, “diálogo” e “participação”. E como principais orientações a desjudicialização, a modernização tecnológica, a gestão de demandas processuais de massa e a firme consideração dos direitos humanos na política judiciária criminal.Fonte: Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e do CNJ e professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo | Revista Consultor Jurídico
Foto: Gil Ferreira/Agência CNJAção consta da décima segunda diretriz da Portaria 16/2015. Metas incluem também melhorias no Processo Judicial Eletrônico (PJe)A excelência da prestação jurisdicional pela edição de atos normativos, orientação em gestão ou melhoria das condições de trabalho dos profissionais do Judiciário faz parte do plano de gestão da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para o biênio 2015/2016. Desde setembro do ano passado, diversas ações foram empreendidas e outros projetos seguem em discussão para atender às diretrizes previstas na Portaria 16/2015.O oitavo inciso da portaria prevê a elaboração de atos normativos que promovam a celeridade processual, o aperfeiçoamento da prestação jurisdicional e a melhoria das condições de trabalho dos juízes. Uma das ações nesse sentido foi a aprovação de resolução que regulamenta pedidos de vista no Judiciário, que passaram a ter duração máxima de 10 dias, prorrogáveis por igual período. Após esse prazo, o processo será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte.Em novembro deste ano, o plenário aprovou resolução que padroniza as regras para a convocação de juízes auxiliares para atuarem no CNJ e nos tribunais. Antes disso, as renovações ocorriam de forma indefinida, podendo gerar prejuízos às carreiras e ao serviço público em geral. No âmbito do CNJ, o Plenário Virtual foi criado para acelerar o julgamento de casos de menor complexidade.Para desestimular ações de índole temerária ou protelatória e dar cumprimento à outra diretriz de atual gestão (Inciso IV), o CNJ tem fomentado a solução consensual de conflitos por meio de conciliação e de mediação, além de promover novo estudo sobre os maiores litigantes do Judiciário e pesquisa sobre o funcionamento dos juizados especiais. Na área criminal, as audiências de custódia têm evitado a prorrogação indefinida das prisões desnecessárias por meio da apresentação do preso em flagrante a um juiz em 24 horas.ValorizaçãoA permanente valorização dos magistrados e dos servidores do Judiciário consta da décima segunda diretriz da Portaria 16/2015. Além de ações na área de tecnologia para facilitar o trabalho em varas e tribunais, incluindo melhorias no Processo Judicial Eletrônico (PJe) e novas ferramentas como o Sistema Nacional de Videoconferência, o CNJ tem aprovado normas que impactam positivamente a atividade dos profissionais que atuam na prestação de Justiça.Estabelecida em 2014, a Política Nacional de Priorização do Primeiro Grau continuou avançando na atual gestão, culminando no 1º Encontro da Rede de Priorização do Primeiro Grau, realizado em maio. Também no ano passado, em outubro, o plenário do CNJ fez cumprir decisão do STF aprovando resolução que regulamentou a concessão de auxílio-moradia aos magistrados e, em outubro deste ano, foi aprovada a resolução sobre saúde para magistrados e servidores, que uniformizou o tratamento do tema em todo o país, garantindo que os profissionais do Judiciário tenham acesso a um ambiente de trabalho seguro e saudável.Na área ética e social, o CNJ aprovou resolução sobre impedimento de atuação de magistrados em processos patrocinados por parentes, estendendo a vedação do Artigo 134 do Código de Processo Civil (CPC) aos casos em que o advogado integra ou exerce suas atividades no mesmo escritório de advocacia do patrono. Em junho, foi aprovada resolução que criou cotas de acesso a negros para cargos no Judiciário.A interlocução direta entre CNJ e entidades representativas de magistrados permitiu agregar contribuições dos juízes por meio de grupos de trabalho e comitês internos do CNJ para tratar de assuntos que interferem diretamente na atuação daqueles que atendem o maior fluxo de processos do Judiciário e que estão em contato direto com o cidadão.Fonte: Deborah Zampier | Agência CNJ de Notícias